Práxis cênica como articulação de visualidade: a luz na gênese do espetáculo

TUDELLA, Eduardo Augusto da Silva. Práxis cênica como articulação de visualidade: a luz na gênese do espetáculo. Tese (Doutorado em Artes Cênicas) – Univesidade Federal da Bahia, 2018.

Palavras-chave: Iluminação de cena, Luz, Visualização, Imagem, Theatre lighting design, Lighting, Visuality, Image.

Resumo: O objetivo desta tese é investigar a práxis cênica como problema estético-visual, cuja origem se encontra, não apenas nas primeiras teorizações do teatro da Grécia Clássica, mas também nos estágios iniciais do drama clássico, uma vez que ambas as abordagens observam, analisam e operam com a posição artística da luz no contexto do espetáculo teatral. A presente tese compreende a práxis cênica como uma obra compósita, cuja efetivação geralmente congrega o trabalho de muitos artistas, i. e., mesmo quando nela se observa a acentuação de um ou outro aspecto, sua natureza se afirma na interação dinâmica entre os diversos aspectos e agentes. Tais elementos interagem em movimentos irregulares, transversalmente articulados, entrelaçando-se ao longo do processo de criação. As investigações que constituíram a tese incorporam os conceitos de imagem cênica e de visualidade, aplicando a análise bibliográfico-documental como estratégia para identificar elementos instigantes para a discussão desses conceitos. A abordagem refere-se a um conjunto de documentos, desde o teatro grego clássico até a contemporaneidade, e descarta o ordenamento cronológico, pois leva em conta as específicas relações entre os textos e a problematização que guia a tese. Procurando analisar a amplitude das interações entre a luz e a cena, o presente trabalho é sustentado por duas convicções: em primeiro lugar, as contribuições da luz estão presentes em momentos muito anteriores à “montagem da luz” de um espetáculo; depois, do ponto de vista histórico, é preciso constatar a presença da luz no teatro, em momentos muito anteriores ao Renascimento italiano, no século XVI, quando apareceram os primeiros teatros cobertos que necessitavam da luz artificial para a realização de espetáculos. Com a leitura de textos e documentos do âmbito particular do tema, a tese indica futuras intervenções, tanto na abordagem teórica da cena em si, quanto no seu planejamento visual.
The aim of the dissertation is to investigate the scenic praxis as an aesthetic-visual problem, whose origin lies not only in the first theorizations of the theater of Classical Greece, but also in the early stages of classical drama, since both approaches observe, analyze and work the position of the light in the context of theatrical event. This dissertation understands scenic praxis as a composite work whose accomplishment usually gathers the work of many artists, i. e., even when it is observed the emphasizing of one or other aspect, its nature asserts itself in the dynamic interaction between the various aspects and agents. These elements interact in irregular movements, articulated in a transverse way, interweaving the process of creation. The investigations which formed the dissertation embody the concept of scenic image and “visualty” applying the bibliographic-documentary analysis as a strategy to identify provocative elements to its discussion. The approach include a set of documents from the classical Greek drama to the contemporary times, and discard the chronological order because it took into account specific relationships between the texts and the questioning that guides the thesis. Seeking to analyze the extent of the interactions between light and scene, this work is supported by two beliefs: first, the contributions of light are present in the spectacular events in much earlier times then the moment of the “lighting assembly” of a show; second, from the historical point of view, it is necessary to observe the presence of light long before the 16th century Italian Renaissance, when the need of artificial light for holding shows appeared in the first covered theaters. With the reading of texts and documents on the scope of the particular theme, the thesis indicates future interventions, both in the theoretical approach of the scene itself, and in planning for the theatre lighting design.

Link: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27309

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O edifício teatral : resultado edificado da relação palco-platéia

DANCKWARDT, Voltaire P. O edifício teatral : resultado edificado da relação palco-platéia. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2001.

Palavras-chave: Espaço arquitetônico, Teatro, Teatro : História.

Resumo: Esta dissertação estuda a arquitetura teatral sob o aspecto da relação existente entre o palco e a platéia como fator determinante e conseqüente da configuração do espaço arquitetônico. Aborda a evolução tipológica dos teatros no mundo ocidental, com ênfase nas configurações do edifício como suporte para a encenação teatral, a partir de exemplos significativos de cada período. Estabelece ligação entre a produção dramática e a participação do espaço arquitetônico como facilitador do processo de percepção, considerando as propriedades geométricas do palco e sua interface com a audiência. Discute os aspectos cenotécnicos, acústicos e óticos como impositivos instrumentais de projeto do edifício teatral e suas conseqüências no resultado edificado. Gera um ponto de partida para a fundamentação teórica necessária ao desenvolvimento de projetos de teatros, em especial nas relações morfológicas entre o espaço do ator e o do público.

Link: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/1831

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O design de aparência de atores e a comunicação em cena

RAMOS, Adriana Vaz. O design de aparência de atores e a comunicação em cena. Tese (Doutorado em Comunicação) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2008.

Palavras-chave: Design de aparência, Figurino, Appearance design, Costume design, Characterization, Caracterizacao teatral, Maquiagem cinematográfica, Trajes.

Resumo: Esta pesquisa pretende analisar a linguagem utilizada para construir a aparência de atores e personagens no âmbito de espetáculos, a qual denominamos caracterização visual de atores, bem como dimensionar sua importância na edificação dos significados de uma dada obra artística. A expressão caracterização visual refere-se, mais especificamente, aos relacionamentos expressivos entre cores, formas, volumes e linhas que, de diferentes maneiras, materializam os figurinos, as maquiagens, os penteados e os adereços, visando traduzir, em matéria plástica sensível, a aparência geral, ou seja, a caracterização de um ator, numa cena espetacular. Atualmente, nota-se, em espetáculos veiculados por diferentes meios, uma forma peculiar de conceber a construção da aparência de atores, que difere da mera função de referência usualmente apresentada pela concepção do figurino de uma obra, que, em geral, é tomado como parte acessória da representação. O trabalho de realização de um figurino é decorrente de um desenho mimético e referencial, que antecede o espetáculo em que se insere o ator, como é o caso dos figurinos que retratam determinada época, por exemplo. Neste trabalho, pretendemos refletir sobre o processo de complexidade pelo qual tem passado a linguagem que denominamos caracterização visual de atores para, enfim, entender seu campo conceitual e propor a existência de um outro modo de constituir essa linguagem, conceituado como design de aparência de atores, em que o figurino é, apenas, um elemento parcial. A caracterização visual, como uma linguagem, pode ser organizada segundo os modos figurino ou design de aparência. As concepções de Giulio Carlo Argan sobre as diferenças existentes entre as noções de projeto e programa, bem como as proposições de Régis Debray a respeito dos distintos modos de se organizar uma informação foram decisivas para que pudéssemos formular a conceituação de design de aparência e assinalar as divergências entre esse modo de caracterizar atores e um trabalho de figurino. Por um mecanismo metonímico do pensamento, o senso comum costuma usar o termo figurino apenas para se referir à aparência geral de um ator, ignorando a importância dos demais componentes para a construção da imagem cênica. Os conceitos elaborados pelos semioticistas da Escola de Tártu-Moscou apresentam as perspectivas teóricas necessárias para podermos compreender a aparência de atores em espetáculos como um sistema aberto, constituído por diálogos entre inúmeros sistemas modelizantes. Assim, podemos dizer que a aparência de um ator é um texto cultural, resultante de um complexo imbricamento de linguagens e que somente em meio a essa complexidade pode ser entendido. Um espetáculo artístico é uma obra sistêmica, um feixe de relações, no qual inúmeras linguagens atuam para a construção de um produto final. Não é possível isolar apenas uma das linguagens constitutivas de uma obra para compreendê-la, pois é necessário fazer, sempre, uma leitura relacional e, sobretudo, comunicante ou mediativa com o repertório de inferências que poderá ser construído pelo receptor. As análises realizadas buscam compreender como as imagens criadas pelo design de aparência de atores constroem as espacialidades de uma cena artística. Para tanto, trabalhamos com o seguinte corpus analítico: a peça Os sete gatinhos de Nelson Rodrigues, dirigida por Antunes Filho, em 1989; a microssérie Hoje é dia de Maria, dirigida por Luiz Fernando Carvalho, produzida pela Rede Globo de televisão, em 2005; três imagens criadas pela fotógrafa norte americana Cindy Sherman.

Link: https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/5133

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Gordas, gordinhas, gorduchas : a potência cênica dos corpos insurgentes

METZ, Márcia Teresinha. Gordas, gordinhas, gorduchas : a potência cênica dos corpos insurgentes. Tese (Doutorado em Linguística, Letras e Artes). 

Palavras-chave: Atrizes, Obesidade, Mulheres; Teatro.

Resumo: A presente pesquisa reflete acerca das atrizes gordas que atuam na cena teatral na cidade de Porto Alegre. O estudo inicia pelo questionamento sobre a nomenclatura correta para designar as mulheres de corpos fartos: gordas, gordinhas ou gorduchas. Propõe-se demonstrar como é difícil fazer definições precisas quanto aos corpos com relação ao seu peso. Também se apresenta um referencial teórico que discorre sobre os conceitos de potência e insurgente. Ao longo da história, o corpo das mulheres sofreu opressões e regulações específicas, assim como os corpos das gordas e os corpos das mulheres artistas. Identificar isso nos auxilia a entender o padrão de beleza vigente. Para verificar se esse padrão se perpetua no teatro foram assistidos 38 espetáculos e anotadas as características físicas de 72 atrizes. Com caráter qualitativo, três atrizes porto-alegrenses com mais de trinta anos de carreira, sendo uma ex-gorda e duas autodeclaradas gordas, foram entrevistadas. Uma cena em formato de palestra foi realizada pela pesquisadora para questionar a associação da gordura à doença e, após a apresentação, seguiu-se uma roda de conversa composta por atrizes. As transcrições das entrevistas e da conversa coletiva estão entrelaçadas pelos referenciais teóricos. Pôde-se perceber que os pontos que mais se repetiram nos relatos estão relacionados, evidenciando preconceitos e dificuldades que as atrizes gordas ou com soprepeso enfrentam na profissão. Porém, ao mesmo tempo, notou-se que elas atuam com regularidade. A pesquisa busca auxiliar na construção de uma nova perspectiva sobre as atrizes gordas e, consequentemente, sobre todas as pessoas que têm corpos que fogem ao padrão de beleza calcado na magreza, juventude e branquitude. Como forma de adequação da linguagem, o trabalho utiliza o termo corpa ao invés de corpo.

Link: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/202038

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Máscara corporal : aspectos técnicos-poéticos na composição do corpo cênico sob a perspectiva do intérprete interativo

AGG, Katia. Máscara corporal : aspectos técnicos-poéticos na composição do corpo cênico sob a perspectiva do intérprete interativo. Tese – Unicamp.

Palavras-chave: Corporeidade, Dança, Máscaras, Improvisação na dança.

Resumo: A partir do olhar sobre a máscara e sua efetiva atuação no corpo cênico, desencadeou-se o interesse em pesquisar a maneira pela qual a essência deste elemento milenar, presente desde a origem da dança, pode manifestar-se na dança cênica da atualidade. Para tanto, este estudo parte da premissa de uma perspectiva integralizadora dos elementos de cena, tais como iluminação, cenário e figurino, para a expansão do entendimento e conseqüente composição da Máscara Corporal. Tal entendimento passa pela reflexão realizada por meio dos registros históricos no que se refere ao uso da máscara na dança cênica ocidental e dialoga com personalidades do cenário artístico atual da dança e do teatro. Os Laboratórios Corporais (LabCor 1 e 2) consolidaram a busca por referências aos questionamentos de como, quando e de que maneira a máscara corporal atua no processo criativo e potencializa o corpo cênico. Os laboratórios contaram ainda com o uso da saia e da luz negra como provocadores criativos do exercício cênico Aliança. Reconhece-se, assim, a máscara corporal como impulsionadora desse processo, ao propiciar ao corpo a sua desterritorialização, ou seja, um estado de suspensão promovido pelo distanciamento do corpo cotidiano e de seus referenciais já conhecidos. Ademais, a potencialidade transformadora, inerente à máscara, revela-se na relação do corpo com outros elementos cênicos na busca pela emergência de um Quem que dança ao interagir com o corpo cênico em outro tempo/espaço.

Link: http://repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/284581

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Coro-cênico : uma nova poética coral no Brasil

OLIVEIRA, Sergio Alberto de. Coro-cênico : uma nova poética coral no Brasil. Dissertação (Mestrado em Programa de Pós-Graduação em Artes) – UNICAMP.

Palavras-chave: Canto coral, Música coral, Teatro musical, Música popular, Canção polifônica.

Resumo: Está dissertação pretende documentar o processo de criação e sistematização do Coro-Cênico no Brasil, em particular do Estado de São Paulo, através do levantamento e análise do trabalho do Maestro Samuel Kerr e do relato de experiências envolvendo dois grupos corais amadores do interior do Estado. A incorporação da canção de massa no canto coral, assim como a influência dos movimentos artísticos da década de 60, propiciaram a formação do Coro-Cênico em duas modalidades: a modalidade “vanguardista”, que surge sob a égide do Movimento Concretista e a modalidade “cancionista”, provinda da música popular. Esta última será a mais perscrutada nesta dissertação. Ambas envolvem a questão do hibridismo de linguagens O canto coral, antes uma expressão unidirecional, volta-se agora a uma concepção múltipla de expressão artística, criando outras necessidades técnicas que serão aqui expostas. Juntamente com a discussão teórica acerca da linguagem canção e o seu inter-relacionamento com os coros amadores, descreveremos outras experiências, observando tendências e limites da nova poética.

Link: http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/284017

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À luz da linguagem. A iluminação cênica: de instrumento da visibilidade à “Scriptura do visível”

SIMÕES, Cibele Forjaz. À luz da linguagem. A iluminação cênica: de instrumento da visibilidade à “Scriptura do visível”. Tese (Doutorado em Teoria e Prática do Teatro) – USP, Escola de Comunicações e Artes.

Palavras-chave: Bauhaus, Diretores de teatro – século 20 – Alemanha, Expressionismo, Iluminação teatral, Técnica teatral.

Resumo: Este projeto de pesquisa tem por objetivo estudar o desenvolvimento da linguagem da iluminação cênica em sua relação com os caminhos da encenação. O eixo central é a transformação da função da iluminação cênica de instrumento da visibilidade a elemento estrutural e estruturante da escrita cênica, constituindo-se como linguagem. Na primeira parte, através da pesquisa da luz no teatro expressionista alemão, pretende-se pontuar os trabalhos exemplares, de forma a descrever esse processo de transformação e suas variáveis, instituindo conceitos para uma análise específica da iluminação cênica. Na segunda parte, usamos desses conceitos para analisar outras poéticas da luz: o trabalho do encenador Erwin Piscator e o teatro da Bauhaus.

Link: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-18112013-155400/pt-br.php

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As influências japonesas nos trajes de cena de Ariane Mnouchkine – conceituação, modelagem e construção

MATSUDA, Juliana Miyuki. As influências japonesas nos trajes de cena de Ariane Mnouchkine – conceituação, modelagem e construção. Dissertação (Mestrado em Teoria e Prática do Teatro) – USP, Escola de Comunicações e Artes.

Palavras-chave: modelagem, teatro japonês, Théâtre du Soleil, traje de cena.

Resumo: Esta pesquisa analisa como são trabalhadas as influências dos diferentes estilos de teatro japonês na elaboração dos trajes de cena do Théâtre du Soleil, sob a direção de Ariane Mnouchkine nas produções de Ricardo II (1981), Henrique IV – parte um (1984) e Tambores sobre o dique (1999). São investigadas a história, os trajes, as máscaras e a maquiagem do teatro Nô, Kyogen, Kabuki e Bunraku, para estabelecer uma melhor análise dos espetáculos do Théâtre du Soleil, citados acima. É elaborado também, um pequeno manual com as modelagens e fotos da construção de um traje de cada um dos tipos de teatro japonês e dois conjuntos de trajes de cada espetáculo do Théâtre du Soleil. Busca-se com a análise destes espetáculos e o estudo dos seus trajes, juntamente com o estudo do teatro tradicional japonês, estabelecer um paralelo entre a cultura oriental e a ocidental. A elaboração dos moldes é importante para que seja possível visualizar como estas influências se materializam e para que parte da memória dos espetáculos possa ser registrada e facilmente reproduzida por aqueles que se interessem pelo tema.

Link: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-06092016-111821/pt-br.php

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O oceano cênico de Zoé Degani: por uma cenografia plural.

GIANUCA, Lindsay Tarouco. O oceano cênico de Zoé Degani: por uma cenografia plural. Dissertação (Mestrado em Linguagem, Recepção e Conhecimento em Artes Cênicas) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Artes. Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas.

Palavras-chave: Cenografia; Criação artística; Espaço cênico; Signos; Degani; Zoé

Resumo: A presente pesquisa investiga o espaço cênico, este espaço-tempo que é condição do acontecimento teatral. Delimitada a partir da análise da obra para o espaço cênico da artista-plástica e cenógrafa Zoé Degani, entre os anos de 1993 e 2012, propõe-se uma navegação conceitual sobre esta prática cenográfica. Em busca do conceito implícito marcado pela plasticidade de cada objeto/quadro destacado, investiga-se como o trabalho da artista intervém na cena teatral: compondo com os demais elementos cênicos a cada nova montagem, a partir da dramaturgia ou para supri-la do que não pode dizer; na dança: sendo outra linguagem inserida na efemeridade do feito cênico, ou ampliando as possibilidades de leitura e vivência das encenações. Para tal, o estudo apoia-se sobre as considerações de Tadeusz Kantor, Antonin Artaud e Gilles Deleuze, além de outras contribuições sobre o espaço das artes cênicas, a semiologia teatral, a qualidade autoral e os processos de criação em arte; contempla ainda depoimentos da artista pesquisada bem como de alguns de seus pares. Observa-se de que forma a qualidade plástica pode incidir em determinadas cenas, procurando entender como a manipulação do espaço cênico e dos signos visuais que o habitam pode alterar o destino de uma obra. As relações significantes e sensíveis estão ressaltadas, o foco volta-se para a cenografia das encenações a partir de uma prática que acopla vida e obra, de cenários que pluralizam as possibilidades do exercício cênico.

Link: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/77888

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Escritas performativas: textualidades criadas por corpos e espaços.

BOITO, Sofia Rodrigues. Escritas performativas: textualidades criadas por corpos e espaços. Tese (Doutorado em Teoria e Prática do Teatro) – USP, Escola de Comunicações e Artes, 2018.

Palavras-chave: Corpo, Dramaturgia, Contemporânea, Literatura, Performatividade, Urbanidade.

Resumo: Este estudo tem como objetivo rever o modo de produção textual em processos de criação para a cena performativa. Partimos, assim, do seguinte problema: seria possível engajar o corpo na atividade de escrita? A fim de responder a essa pergunta, traçamos uma breve história do corpo e de sua relação com a escrita desde a modernidade, utilizando estudos de teóricos como Georges Vigarello e David Le Breton. O intuito é demonstrar que a visão cartesiana do homem cindido – em que mente e corpo são instâncias separadas – é uma construção histórica e que pode, portanto, ser questionada e combatida. Nossa hipótese é que processos de escrita que envolvam uma experiência corporal farão emergir textualidades que se efetivam em gestos e implicam em gestualidades. Ou seja, textos cuja compreensão não se dá apenas de forma racional, mental, mas que também atingem o leitor, ou o ouvinte, em sua materialidade corporal. Com o objetivo de verificar essa hipótese relacionamos, então, diversas práticas de escrita e as obras delas resultantes – processos e textualidades que analisamos à luz da noção de gesto, tal qual concebida pelo crítico literário Dominique Rabaté. Dentre os artistas estudados, modernos e contemporâneos, estão: Charles Baudelaire, André Breton, Georges Perec, Cao Guimarães e Myriam Lefkowitz. O estudo das obras desses autores acabou por revelar transformações históricas: a transformação da relação do homem com seu corpo, assim como a transformação dos espaços da vida cotidiana desses homens. Assim, as práticas empreendidas pelos artistas estudados servem para mostrar tanto o resultado do “progresso” da visão racionalista do mundo, quanto a necessidade da invenção de novas estratégias para superá-la. Por fim, a partir dos estudos de caso, refletimos sobre a possibilidade de transpor tais práticas corporais na criação de textos para obras cênicas performativas. Focamos, então, na última etapa do trabalho, em experimentos feitos pela própria pesquisadora. É importante salientar que os resultados obtidos não pretendem formalizar ou cristalizar um modelo para a dramaturgia performativa, pelo contrário, têm como intuito abrir novos horizontes para que se invente outras formas de provocar, criar e fazer emergir textualidades para a cena.

Link: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-11092018-101425/pt-br.php

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