Gordas, gordinhas, gorduchas : a potência cênica dos corpos insurgentes

METZ, Márcia Teresinha. Gordas, gordinhas, gorduchas : a potência cênica dos corpos insurgentes. Tese (Doutorado em Linguística, Letras e Artes). 

Palavras-chave: Atrizes, Obesidade, Mulheres; Teatro.

Resumo: A presente pesquisa reflete acerca das atrizes gordas que atuam na cena teatral na cidade de Porto Alegre. O estudo inicia pelo questionamento sobre a nomenclatura correta para designar as mulheres de corpos fartos: gordas, gordinhas ou gorduchas. Propõe-se demonstrar como é difícil fazer definições precisas quanto aos corpos com relação ao seu peso. Também se apresenta um referencial teórico que discorre sobre os conceitos de potência e insurgente. Ao longo da história, o corpo das mulheres sofreu opressões e regulações específicas, assim como os corpos das gordas e os corpos das mulheres artistas. Identificar isso nos auxilia a entender o padrão de beleza vigente. Para verificar se esse padrão se perpetua no teatro foram assistidos 38 espetáculos e anotadas as características físicas de 72 atrizes. Com caráter qualitativo, três atrizes porto-alegrenses com mais de trinta anos de carreira, sendo uma ex-gorda e duas autodeclaradas gordas, foram entrevistadas. Uma cena em formato de palestra foi realizada pela pesquisadora para questionar a associação da gordura à doença e, após a apresentação, seguiu-se uma roda de conversa composta por atrizes. As transcrições das entrevistas e da conversa coletiva estão entrelaçadas pelos referenciais teóricos. Pôde-se perceber que os pontos que mais se repetiram nos relatos estão relacionados, evidenciando preconceitos e dificuldades que as atrizes gordas ou com soprepeso enfrentam na profissão. Porém, ao mesmo tempo, notou-se que elas atuam com regularidade. A pesquisa busca auxiliar na construção de uma nova perspectiva sobre as atrizes gordas e, consequentemente, sobre todas as pessoas que têm corpos que fogem ao padrão de beleza calcado na magreza, juventude e branquitude. Como forma de adequação da linguagem, o trabalho utiliza o termo corpa ao invés de corpo.

Link: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/202038

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