Lugares, tradições e rostos: máscaras no carnaval de Pernambuco objetos que falam sem calar sujeitos

COSTA, Maria das Graças Vanderlei da. Lugares, tradições e rostos: máscaras no carnaval de Pernambuco objetos que falam sem calar sujeitos. Tese (Doutorado em Antropologia) – Universidade de Pernambuco, 2013.

Palavras-chave: Carnaval; Imaginário; Estética; Tradição; Máscara; Memória; Identidade; Identificação; Ator-Rede.

Resumo: Dentre as diversas brincadeiras que compõem o Carnaval pernambucano, os folguedos dos mascarados destacam-se pela riqueza imagética: uma tradição viva que envolve brincantes, moradores e visitantes. Um perene processo de formação, transformação e ampliação de grupos insere os participantes em uma lógica de identificação com o movimento da Cultura da Tradição. O universo simbólico e a estética que cercam os folguedos marcam a memória dos indivíduos e dos lugares, acionando construções identitárias em função da visibilidade dos mascarados, que se tornam representantes das cidades. A máscara é elemento primordial para a formação de uma teia de entendimentos sobre as relações que constroem a dinâmica das brincadeiras. Seguindo uma opção teórico-metodológica pautada nos direcionamentos da teoria ator-rede, no âmbito da Antropologia das Ciências e das Técnicas, reconheci a máscara como objeto-sujeito e visualizei a existência de uma rede sociotécnica que a envolvia. As máscaras narraram histórias sobre mudanças e permanências, amenidades e controvérsias, sob a égide de uma tradição compartilhada. Formatando a Cartografia das máscaras nos 185 municípios de Pernambuco, escolhi como referencial empírico, para um maior aprofundamento da pesquisa, as centenárias brincadeiras dos Papangus de Bezerros e dos Tabaqueiros de Afogados da Ingazeira. Bezerros, conhecida como a Terra dos Papangus, vivencia um grandioso Carnaval: um espetáculo de proliferação de imagens, propagado pela indústria cultural e de turismo. Os Tabaqueiros têm uma visibilidade ainda restrita ao âmbito local, porém ampliada a cada ano, num processo de reconhecimento da importância da brincadeira. O estalido dos chicotes, o silêncio enigmático dos brincantes, a beleza e criatividade das fantasias, o som dos chocalhos e a força das máscaras despertam sentimentos e provocam emoções. Partindo das peculiaridades dos lugares onde se desenvolvem os folguedos, segui uma trajetória construída sobre os alicerces das recorrências temáticas que afloraram do intenso trabalho etnográfico e auxiliaram o direcionamento de meu olhar. O segredo, o medo, a vaidade e o prazer foram como fios que desenharam uma manta de conhecimento e entendimento, bordando a vida e a história dos brincantes, dos lugares e das máscaras.

Link: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11905

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Show de Mamulengos” de Heraldo Lins – Construções e Transformações de um Espetáculo na Cultura Popular

MACÊDO, Zildalte Ramos de. Show de Mamulengos” de Heraldo Lins – Construções e Transformações de um Espetáculo na Cultura Popular. Dissertação (Mestrado) – UFRG, 2014.

Palavras-chave: Mamulengos, Cultura popular, Tradição, Modernidade.

Resumo: O teatro de mamulengos é uma das expressões da cultura popular que têm sua trajetória marcada por construções e transformações tanto em suas representações simbólicas como em seus personagens e performances. Na cidade do Natal, RN, existe um mamulengueiro chamado Heraldo Lins que mantêm o seu teatro de mamulengos em atividade há vinte e um anos, ele possui o seu próprio olhar sobre o que produz e como produz, procura ajustar o seu teatro de mamulengos ao contexto social e ao mercado, tematiza as apresentações a pedido do contratante, sistematiza a construção das passagens e falas dos bonecos. Esta pesquisa procurou estudar o processo de contrução do “Show de Mamulengos” de Heraldo Lins, sobretudo como ocorrem as transformações. Constatamos que ele opta pela dissolvição de valores simbólicos presentes no teatro de mamulengos tradicional em prol de uma adaptação à modernidade, se colocando entre o treatro tradicional de mamulengos e a indústrial cultural. O trabalho de campo foi realizado através de um recorte metodológicos que privilegiou a observação participante, a entrevista e o registro sonoro-visual.

Link: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/12288