Apolo sob o signo da devoração: A antropofagia no desenvolvimento de uma prática cenográfica

ESTEVES, Carolina Lyra Barros da Silva. Apolo sob o signo da devoração: A antropofagia no desenvolvimento de uma prática cenográfica. Dissertação (Mestrado em Cenografia) – Instituto Politecnico do Porto, 2014.

Palavras-chave: Antropofagia, Cenografia, Arquitetura, Tragédia.

Resumo: O presente trabalho é estimulado pela reflexão sobre a similaridade que encontro na arquitetura do Teatro Oficina de São Paulo e os textos literários de Oswald de Andrade e Fernando Pessoa. A ampla janela que Oswald prevê como cenografia para sua peça O Rei da Vela, texto baseado em sua proposta filosófica de Antropofagia cultural se repete em uma janela alta, ampla e esplêndida no conto Um Jantar Muito Original, quando Fernando Pessoa descreve uma sala de jantar onde um banquete antropofágico é servido. No projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi e Edson Elito para o edifício do Teatro Oficina, companhia assumidamente “antropofágica” em sua linguagem, uma ampla janela exerce, numa leitura nietzschiana, uma função “trágica” de acolhimento do devir. Esta dissertação busca além de encontrar relações entre as “janelas” citadas, partindo dos conceitos teóricos de Oswald de Andrade e Friedrich Nietzsche, entender o processo de idealização do projeto e construção do edifício projetado por Lina Bo Bardi e Edson Elito para o Teatro Oficina.

Link: https://recipp.ipp.pt/handle/10400.22/8941

Lina Bo Bardi na direção de arte do filme Prata Palomares: Espaços e imagens sob a ótica cinematográfica

MONTEIRO, Cássia Maria Fernandes. Lina Bo Bardi na direção de arte do filme Prata Palomares: Espaços e imagens sob a ótica cinematográfica. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas) – UNIRIO, 2010.

Palavras-chave: Prata Palomares, Cinema novo, Produção e direção de arte, Espaço, Cinema.

Resumo: O presente trabalho busca desenvolver algumas discussões acerca do procedimento criativo de Lina Bo Bardi [1914-1992] no filme Prata Palomares dirigido por André Faria [1944] no ano de 1970. Articulando questões que envolvem o estudo do espaço teatral, da visualidade cinematográfica bem como das suas relações com questões histórico-sociais, pretendo desenvolver duas hipóteses: 1) A presença de conceitos do Surrealismo em articulação com elementos do Movimento Tropicalista e suas variações como o Cinema Novo e Marginal no filme Prata Palomares; e 2) O cinema como estudo e referência de possibilidades de outras linguagens reunidas no filme (1970) em especial o trabalho com José Celso Martinez Correa [1934] originando relações híbridas entre teatro e sua produção imagética no novo Teatro Oficina.

Link: http://hdl.handle.net/unirio/11434

Memória e espaço: o teatro comunitário de São Gonçalo do Bação

AGUIAR, Ramon Santana de. Memória e espaço: o teatro comunitário de São Gonçalo do Bação. Dissertação (Mestrado em Teatro) – UNIRIO, 2006.

Palavras-chave: Teatro, Cultura.

Resumo: Esta pesquisa propõe a reflexão sobre o fazer teatral do Grupo de Teatro São Gonçalo do Bação nas suas inter-relações com as reminiscências da comunidade do distrito rural de São Gonçalo do Bação; em Minas Gerais. A partir de histórias orais; repassadas de geração a geração; o Grupo de Teatro constrói coletivamente seus textos e os encena para a comunidade do distrito. Nessa ação; o Grupo e; conseqüentemente; o Teatro produzido; estabelece relações de identidade e pertencimento para uma comunidade rural emersa no “mundo globalizado”. Como instrumentos de análise são utilizados três textos dramatúrgicos do Grupo de Teatro e suas encenações. No intuito de identificar as relações entre Teatro e Comunidade; foram realizadas entrevistas com diversos membros da comunidade envolvidos no processo de produção e assistência das encenações; utilizando os métodos propostos pela História Oral.

Link: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=110441

Helio Eichbauer e Lina Bo Bardi. Artífices que constroem a Arte e edificam a Cidade

PEREIRA, Regilan Deusamar Barbosa, LIMA, Evelyn Furquim Werneck. Helio Eichbauer e Lina Bo Bardi. Artífices que constroem a Arte e edificam a Cidade. Tese (Doutorado em Artes Cênicas) – UNIRIO, 2018.

Palavras-chave: Helio Eichbauer.

Resumo: A metodologia hermenêutica desenvolvida pelo filósofo alemão Hans-Georg Gadamer, assim como os estudos empreendidos pelo antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro com relação à formação étnica e cultural do Brasil e suas respectivas questões, conferiram fundamentação aos estudos sobre a ação conjunta da arquiteta Lina Bo Bardi com o cenógrafo Helio Eichbauer no campo da arte e da docência. A partir da análise do legado destes dois artistas à arte como instrumento de expressão e conhecimento crítico integrado à cidade e seus habitantes, foi realizado um estudo de caso no município de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, no qual foi verificada a potencialidade que a veste tem tanto na condição de figurino quanto na condição de traje cotidiano em conferir conhecimento e autocrítica a respeito das condições de trabalho no setor de confecção do vestuário, expressão cultural e artística de uma determinada localidade.

Link: http://www.repositorio-bc.unirio.br:8080/xmlui/handle/unirio/12889

O entre do carvão ao Corpo–em Arte do Ator-Brincante

JÚNIOR, Alan Carlos monteiro. O entre do carvão ao Corpo–em Arte do Ator-Brincante. Dissertação (Mestrado) – UFRN, 2011.

Palavras-chave: Corpo-em-arte, Cavalo marinho, Ator, Brincante, Mimeses corpórea.

Resumo: Proponho nesta dissertação refletir sobre as experiências contidas na criação dos corpos-em-arte (FERRACINI, 2006a, b) que originaram o espetáculo rosmaninhos…. Este processo foi desenvolvido junto ao coletivo UZUME teatro de João Pessoa PB, por meio de recriações e resignificações das corporeidades e fisicidades contidas nos passos, loas, aboios, cantos e evoluções observados nos modos como Mestre Zequinha brinca em seu grupo de Cavalo Marinho residente na cidade de Bayeux PB, e a partir da apropriação do texto Hamlet de William Shakespeare. O corpo-em-arte é entendido neste trabalho como um corpo vetorial que dilata sua funcionalidade cotidiana, reconhecendo uma zona potencial de aprendizado capaz de gerar linhas de fuga criativas que desestabilizem o sujeito centrado em uma individualidade e identidade (FOUCAULT apud FERRACINI, 2006b, p.14), abrindo-o a diferenciação de si mesmo, indicando a possibilidade de existência de um si-outro e do espaço de troca-em-arte. Este processo de construção do corpo-em-arte a partir das formas de Mestre Zequinha brincar o Cavalo Marinho, foi orientado metodologicamente pela apropriação do coletivo UZUME teatro das etapas de Observação, Codificação e Teatralização contidas na técnica de mimeses corpórea proposta pelo LUME Teatro (Campinas SP). Esse uso resultou em duas fases: Observação Ativa e Composição do corpo-em-arte. Através da repetição destas matrizes estéticas do Cavalo Marinho, os atores descobriram ações que codificadas e organizadas configuram seus corpos-em-arte, os quais, por sua vez, deram origem a um espaço de troca-em-arte vetorial ao encontrado no folguedo do Cavalo Marinho. Esta procura propôs os meios de potencializar o trabalho dos atores no que diz respeito a uma preparação que permitisse dilatar a presença cênica e estimulasse a produção de ações, as quais culminaram na montagem do espetáculo rosmaninhos.

Link: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/12442

SHAKESPEAREAN PUPPETS: Dramatic and human bodies manipulated

MACIEL, Aline. SHAKESPEAREAN PUPPETS: Dramatic and human bodies manipulated. Dissertação (Mestrado em Letras) – UFSC, 2010.

Palavras-chave: Shakespeare, Adaptação, Teatro de Formas Animadas.

Resumo: Através de um estudo sobre adaptações de peças de Shakespeare para o Teatro de Formas Animadas, essa pesquisa explora adaptações do corpo dramático e humano, discutindo reescrituras de Shakespeare em um espetáculo representado com bonecos, enfocando a questão da adaptação do corpo humano e do corpo dramático de Shakespeare. O corpus é a peça 100 Shakespeare, representada pela Compania brasileira Pia Fraus, que consiste na adaptação de nove peças de Shakespeare para o Teatro de Formas Animadas. As esquetes selecionadas são: Hamlet, Otelo e Titus Andronicus uma vez que estas apresentam elementos que caracterizam adaptações textuais e corpóreas. Esta dissertação utiliza parametros teóricos, sobretudo, de Linda Hutcheon, que aponta que cada pessoa experiencia uma mesma adaptação diferentemente de outra por causa de sua formação; de Patrice Pavis, que acredita que uma adaptação pode modificar o significado de uma peça; de Ana Maria Amaral, que define “boneco” como objeto inanimado que retrata seres humanos ou animais e que é animado por um ator-manipulador; de Pilár Amorós e Paco Parício, que contribuem com diversas idéias a repeito do Teatro de Formas Animadas; de Valmor Nini Beltrame, que apresenta alguns princípios da manipulação de bonecos; e das idéias de Heinrich von Kleist a respeito da superioridade da marionete em relação ao serhumano. Baseando-se nos parametros identificados, esta dissertação aponta para as possibilidades de considerar os bonecos adaptações do corpo e da mente humana e humanizações de personagens Shakespeareanas, analisando como as esquetes são adaptadas, como os bonecos são manipulados e como as personagens são desenvolvidas. 

Link: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/94017

Show de Mamulengos” de Heraldo Lins – Construções e Transformações de um Espetáculo na Cultura Popular

MACÊDO, Zildalte Ramos de. Show de Mamulengos” de Heraldo Lins – Construções e Transformações de um Espetáculo na Cultura Popular. Dissertação (Mestrado) – UFRG, 2014.

Palavras-chave: Mamulengos, Cultura popular, Tradição, Modernidade.

Resumo: O teatro de mamulengos é uma das expressões da cultura popular que têm sua trajetória marcada por construções e transformações tanto em suas representações simbólicas como em seus personagens e performances. Na cidade do Natal, RN, existe um mamulengueiro chamado Heraldo Lins que mantêm o seu teatro de mamulengos em atividade há vinte e um anos, ele possui o seu próprio olhar sobre o que produz e como produz, procura ajustar o seu teatro de mamulengos ao contexto social e ao mercado, tematiza as apresentações a pedido do contratante, sistematiza a construção das passagens e falas dos bonecos. Esta pesquisa procurou estudar o processo de contrução do “Show de Mamulengos” de Heraldo Lins, sobretudo como ocorrem as transformações. Constatamos que ele opta pela dissolvição de valores simbólicos presentes no teatro de mamulengos tradicional em prol de uma adaptação à modernidade, se colocando entre o treatro tradicional de mamulengos e a indústrial cultural. O trabalho de campo foi realizado através de um recorte metodológicos que privilegiou a observação participante, a entrevista e o registro sonoro-visual.

Link: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/12288

Teatro de bonecos como dispositivo pedagógico: uma experiência de alteridade com estudantes do ensino regular

MENDES, Marcelo Silva. Teatro de bonecos como dispositivo pedagógico: uma experiência de alteridade com estudantes do ensino regular. Dissertação (Mestrado) – UDESC, 2018.

Palavras-chave: Escola pública, Teatro de bonecos, Alteridade,

Resumo: Este artigo apresenta parte de uma pesquisa de campo desenvolvida em uma Escola Estadual de Ensino Médio, localizada na região da grande Florianópolis, Santa Catarina. A pesquisa consiste no uso do teatro de bonecos com a técnica de animação direta-visível por alunos de nível Médio regular na disciplina de Artes. O objetivo da pesquisa é experimentar a relação entre os princípios técnicos da linguagem mencionada, o processo de conscientização corporal e a importância do saber da experiência, segundo Jorge Larrosa, a partir do uso do teatro de bonecos. Embora utilize o termo “dispositivo pedagógico” de Basil Bernstein, não tenho a pretensão de aprofundar, neste momento da pesquisa, esse modelo teórico que define o que pode ser um dispositivo pedagógico. O termo é desenvolvido por Bernstein (1996) como uma condição para a produção, a reprodução e a transformação da cultura. O autor afirma que existem três tipos de regras que constituem um dispositivo pedagógico, sendo elas: regras distribuitivas, regras recontextualizadoras e regras avaliativas (BERNSTEIN, 1996). A teoria do dispositivo pedagógico foi idealizada como um “modelo de análise processual, em que um campo específico de conhecimento, uma disciplina escolar, por exemplo, pode ser transformada ou ‘pedagogizado’ a fim de constituir conhecimentos e conteúdos escolares, além de relações transmitidas” (MAINARDES; STREMEL, 2010). Entretanto, é possível estabelecer um paralelo entre o sentido duplo da palavra “manipulação” e a semelhança entre a exigência da existência de um processo de conscientização corporal para realizar uma animação adequada com a importância do “dispositivo pedagógico” na descrição e análise das relações que se estabelecem no interior das salas de aula, denunciando as suas estruturas de poder e controle social. Esta estratégia de ação relaciona-se com a exploração de criação no ambiente de ensino, dentro de uma atmosfera de valorização da alteridade, de modo que seja possível o desenvolvimento de reflexões e questionamentos sobre práticas pedagógicas e processos de ensino e aprendizagem no contexto escolar. A pesquisa proposta é parte do desenvolvimento de uma pesquisa de Mestrado Profissional em Artes (PROF-ARTES).

Link: https://www.revistas.udesc.br/index.php/nupeart/article/view/11687/7563

Busco a Flor e Encontro a Poesis da Precariedade: Percursos de uma investigação através da Iluminação Cênica e a Máscara Teatral

VIOLA, Daniele Rocha. Busco a Flor e Encontro a Poesis da Precariedade: Percursos de uma investigação através da Iluminação Cênica e a Máscara Teatral. Dissertação (Mestrado em Teatro) – UDESC, 2020.

Palavras-chave: Iluminação Cênica. Máscaras. Atrizes. Desierarquização.

Resumo: Afetos não têm hierarquias. O afeto é uma interação. Flores carregam afetos, do solo mais fértil ao mais árido. Até mesmo no concreto a flor rompe e surge, dentro da sua simplicidade. Ela carrega em si a potência de desafiar hierarquias e tornar-se “igual”, destaca a sua presença sem diminuir nada ao seu redor. É, simplesmente, afeto: livre e autônomo. Neste trabalho, a flor me guia a uma interação entre autonomia, liberdade e ação, de maneira igualitária. A partir disso, discuto a possibilidade de criação na qual esses conceitos são alcançados com a desierarquização dos elementos visuais da cena. Mais especificamente: iluminação e máscaras, e a interação entre elas, somada à atuação. O percurso se caracteriza como um processo onde a relação dos recursos cênicos desafia as hierarquias, tal como a flor. Ao mesmo tempo, visa oportunizar que certos elementos visuais do espetáculo teatral ganhem espaço na criação e no próprio resultado cênico, independente de sua posição hierárquica ou sequencial na produção. Aqui trilho um caminho poético e técnico com um olhar para as visualidades presentes e interagentes no teatro. Proponho um trajeto das raízes às pétalas, até a imagem da flor.

Link: https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000083/0000834f.pdf

Iluminação cênica : uma experiência de ensino fundamentada nos princípios do design

Luciani, Nadia Moroz. Iluminação cênica : uma experiência de ensino fundamentada nos princípios do design. Dissertação (Mestrado em Teatro) – UDESC, 2014.

Palavras-chave: Design; Pedagogia do teatro; Tecnologia teatral; Iluminição cênica.

Resumo: A presente pesquisa se propõe a relatar uma experiência de ensino da iluminação cênica fundamentada nos princípios do design. Para tanto, expõe seus conceitos e apresenta uma análise das relações entre os fundamentos do design e o processo de criação em iluminação cênica a partir da prática pedagógica aplicada em alguns modelos de ensino/aprendizagem da iluminação, bem como algumas outras pesquisas similares recentes. Com base no entendimento do teatro como meio de comunicação e pela análise dos processos de elaboração, compreensão e interpretação das suas linguagens, defende a atuação da iluminação como linguagem do espetáculo e elemento sensorial da cena na exploração de suas funções históricas e potencialidades expressivas. A metodologia empregada foi, além do registro das atividades pedagógicas, a investigação de experiências com processos de criação da luz para alguns espetáculos e das referências bibliográficas relacionadas. Considerando ainda o conceito de design thinking, conclui que a atividade do design no universo cênico se refere a fazer escolhas e tomar decisões, buscando os estímulos para essas soluções no trabalho coletivo da criação e nas fundamentações compositivas, visando a interação entre palco e plateia, aliando artes e ofícios, relacionando forma e função.

Link: https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/00006e/00006e53.pdf