O Ritmo musical da cena teatral: a dinâmica do espetáculo de teatro

OLIVEIRA, Jacyan Castilho de. O Ritmo musical da cena teatral: a dinâmica do espetáculo de teatro. Tese (Doutorado em Artes Cênicas) – Universidade Federal da Bahia, 2008.

Palavras-chave: Ritmo; Dinâmica; Partitura; Musicalidade; Teatro; Meyerhold.

Resumo: Esta pesquisa se debruça sobre os aspectos musicais que impregnam a feitura do ato teatral, especificamente as noções de “ritmo” e de “dinâmica” (no que esta contribui para a constituição do ritmo) que permeiam, muitas vezes de forma intuitiva, o processo de composição da cena. A partir da busca de definições dos conceitos nos campos do Ensino Musical e da Psicologia da Música, e à luz de considerações da Semiologia e da Pedagogia Teatral, buscou-se lançar um olhar interdisciplinar sobre alguns elementos essenciais da prática e da reflexão cênica que são constantemente alvo de equívocos e entendimentos díspares quanto às suas delimitações: as noções de musicalidade, dinamismo e plasticidade do espetáculo teatral. Estes elementos, essenciais porque são verdadeiramente estruturantes do fenômeno teatral, são ainda hoje frequentemente relegados a segundo plano como constituintes da poética do espetáculo, considerados como aspectos ornamentais ou complementares da composição. A hipótese norteadora deste trabalho é a de que o ritmo, que engloba a dinâmica da obra teatral, é ferramenta de produção de sentido, alçado da condição de significante a pleno signo na constituição da obra. Para lograr comprovar tal hipótese de forma conceitual, foram buscados também na Teoria Literária e em práticas reflexivas provenientes de campos artísticos afins, como as Artes do Corpo e o Cinema, os paradigmas que confirmam a suposição de que a linguagem artística é, em si, essencialmente musical, conquanto nem sempre conte com referências explicitamente pertinentes ao universo da música. Ao longo dos seis capítulos desse trabalho, são reconhecidos e analisados exemplos de procedimentos e metodologias de composição teatral, no que toca à organização rítmica do espetáculo, em diversas fases e campos de operação do mesmo: a dinâmica do texto teatral em verso e prosa, a articulação das cenas ou partes do espetáculo no processo de encenação, a modelagem do tempo e da energia psicofísica do ator no trabalho com partituras. No Apêndice, consta o relato da experiência de montagem do espetáculo teatral – Canteiros de Rosa, uma homenagem a Guimarães – cuja encenação, a cargo desta pesquisadora, baseou-se nos pressupostos apresentados nesse trabalho.

Link: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/9610

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