Teatro experimental (1967-1978) – pioneirismo e loucura à margem da agonia da esquerda

CAVALCANTI, Johana de Albuquerque. Teatro experimental (1967-1978) – pioneirismo e loucura à margem da agonia da esquerda. Tese (Doutorado em Teoria e Prática do Teatro) – Universidade de São Paulo, 2012.

Palavras-chave: 1937-, 1937-2007, Asdrúbal Trouxe o Trombone (grupo teatral), Corrêa, Criação coletiva, Décadas de 60 e 70, Gracias, José Agrippino de José Celso Martinez, Paula, Rito do Amor Selvagem (peça de teatro), Señor (peça de teatro), Teatro Brasil Século 20, Teatro de Grupo, Teatro de vanguarda, Teatro experimental, Teatro Oficina (companhia teatral), Trate-me Leão (peça de teatro).

Resumo: A partir da compressão mais ferrenha da ditadura de 1964 no Brasil, e de um diálogo mais direto com as vanguardas que ocorrem no mundo, após 1968 abrem-se novas perspectivas de criação nas artes e, especificamente, no teatro, resultando numa revolução de comportamento e cultural que, apesar de nascer em pleno “sufoco”, paradoxalmente apresenta uma riqueza de novas propostas. Tais propostas formarão o triângulo da contracultura (tropicalismo – movimento marginal – cultura alternativa) que marcará espaço na década de 1970 pela diferença. Na conquista do direito de confrontar-se com o estabelecido, em contraponto ao establishment, ao milagre brasileiro e a uma recepção crítica perplexa que, apesar de reconhecer certo mérito nestas manifestações, prioriza diagnosticar irracionalismo e alienação, o novo teatro inaugura muitos dos princípios, técnicas e procedimentos cênicos que abrirão espaço, a duras penas, para a liberdade definitiva da possibilidade de experimentar. A pesquisa que proponho tem como finalidade identificar: o que se entende por teatro experimental em seu nascedouro, no Brasil; como surgiu e operou dentro da arte e da cultura e se podem ser identificados momentos diversos com características próprias. Para uma melhor visualização dessas questões e como amostras de vertentes distintas dentro do teatro experimental no recorte estabelecido aqui, analiso, – de forma mais aprofundada -, os espetáculos Rito do Amor Selvagem, de José Agrippino de Paula e Maria Esther Stockler com o Grupo Sonda, 1969; Gracias, Señor, primeira criação coletiva do Teatro Oficina, 1972; e Trate-me Leão , do Asdrúbal Trouxe o Trombone, 1978. Por meio destes resgates podemos avaliar qual os legados imediatos e os menos visíveis que esses trabalhos e tendências deixaram para as próximas gerações, inclusive a nós que aqui estamos em pleno segundo milênio.

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