Bruce Willis foi diagnosticado com demência frontotemporal. Descubra o que é

A Demência frontotemporal (DFT) faz parte de um grupo de enfermidades causadas pelo acúmulo da proteína “tau” e outras proteínas que destroem os neurônios nos lobos frontais e temporais do cérebro. É o tipo mais comum de demência em pessoas com menos de 60 anos e dentre seus principais sintomas estão: dificuldades na comunicação, mudanças no comportamento, personalidade ou movimento.

Tipos e sintomas da DFT

Existem, principalmente, dois tipos de DFT: A DFT comportamental e a Afasia Progressiva Primária. O ator norte-americano foi diagnosticado com a segunda variante.

No DFT comportamental os problemas de memórias são mais raros. Contudo, pessoas diagnosticadas com essa variação da doença possuem dificuldade tanto em planejar e sequenciar o pensamento, como em definir prioridades no dia a dia. Esses sintomas acarretam na repetição persistente de palavras ou atividades e na impulsividade da fala, podendo, periodicamente, utilizar palavras inapropriadas ou embaraçosas.
Na afasia progressiva primária, a pessoa pode ter dificuldade para encontrar as palavras que deseja dizer, o que leva esse indivíduo a utilizar palavras mais comuns ou mais abrangentes para objetos que não conseguem lembrar. Com o tempo, podem não reconhecer rostos e objetos familiares, com alguns podendo ficar mudos. Ademais, essa tipologia da doença também pode afetar o entendimento de certas palavras e pode ocasionar a fala arrastada.


Diagnóstico

É realizado por um neurologista, por meio de testes psicológicos para avaliar as performance cognitiva e exames clínicos, como: ressonância magnética do cérebro para avaliar se certas partes do cérebro estão encolhendo ou mostrando sinais de atrofia; Exames de sangue para investigar se a demência é fruto de alguma causa tratável, como doenças da tireoide ou deficiência de vitamina B12 e Tomografia por Emissão de Pósitrons ou PET scan para identificar quais partes dos lobos frontais ou dos lobos temporais estão envolvidas.


Tratamento

Ao contrário da doença de Alzheimer, inexistem terapias contemporâneas para retardar a progressão da DFT. O enfoque médico é melhorar a qualidade de vida do paciente prescrevendo medicamentos para controlar os sintomas mais exacerbados, indicando o acompanhamento com um fonoaudiólogo ou com um fisioterapeuta para definir as melhores estratégias para cada caso.
É imprescindível que pessoas DFT, persistam com hábitos saudáveis de vida, como se alimentar corretamente, praticar exercícios físicos com regularidade e manter contato com outras pessoas. Essas atividades não participam na esfera medicamentosa, mas podem colaborar para o bom funcionamento cerebral.


Diferenças entre a Demência Frontotemporal e o Alzheimer


No Alzheimer, os sintomas mais corriqueiros são:

  • alterações na memória;
  • limitações na mobilidade e coordenação;
  • dificuldade de aprendizado; dificuldade na linguagem (geralmente a pessoa sabe
    para quê um objeto serve, mas não sabe nomeá-lo)
  • Insônia
  • Agitação
  • Falta de orientação no tempo e no espaço, ou seja, a pessoa se perde em
    ambientes conhecidos e perde a noção do tempo.

No caso da demência frontotemporal, o principal sintoma inicial está relacionado a alterações de humor e comportamento.

  • O paciente se comporta de forma inadequada e constrangedora.
  • É comum que o paciente fique apático ou completamente enérgico e desinibido.
  • Pode apresentar atitudes irresponsáveis, fica indiferente a tudo ou tem dificuldade de entender e se colocar no lugar do outro.

Diferentemente do Alzheimer, a orientação e a memória não são inicialmente afetadas. Entretanto, com o avanço da doença é possível que o paciente desenvolva alterações nessas áreas, assemelhando-se progressivamente com o Alzheimer.


Causas

Não há muita clareza sobre as causas, mas pode haver alguma predisposição genética para seu aparecimento.

Escrito por: Fernanda Heloísa Ferreira.

Fontes

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