Mês da Tulipa Vermelha

Abril é o mês de conscientização sobre a Doença de Parkinson

11 de abril, Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, foi estabelecido pela Organização Mundial de Saúde, em 1998. O tema é amplamente debatido durante todo o mês, o chamado “Mês da Tulipa Vermelha”. A data foi criada com a finalidade de promover a conscientização pública, alertar sobre os sintomas e enfatizar que a busca pelo tratamento no tempo adequado pode fazer toda a diferença na qualidade de vida de uma pessoa com Parkinson.

James Parkinson, médico inglês que descreveu a doença pela primeira vez em 1817, na época chamada de “paralisia agitante”. Porém, somente 50 anos depois, a doença recebeu o nome de Doença de Parkinson após novas investigações feitas pelo pesquisador Jean-Martin Charcot. 

Descoberta há 201 anos, a Doença de Parkinson é a segunda patologia degenerativa, crônica e progressiva do sistema nervoso central mais frequente no mundo, atrás apenas da Doença de Alzheimer. Acontece pela degeneração das células situadas numa região do cérebro chamada substância negra. Essas células produzem uma substância chamada dopamina, que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo. 

A dopamina ajuda na realização dos movimentos voluntários do corpo de forma automática, graças à presença dessa substância em nossos cérebros. Na falta dela, o controle motor do indivíduo é perdido, ocasionando sinais e sintomas característicos como: lentidão de movimentos, tremor, rigidez muscular, alterações posturais, além de alterações na fala e na escrita.  Além disso, há também outros sintomas não motores, como a diminuição do olfato, distúrbios do sono, alteração do ritmo intestinal e depressão.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 60 anos tem a doença. No Brasil, estima-se que cerca de 200 mil pessoas tenham o diagnóstico e com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, o número pode dobrar até 2040. 

Atualmente não existe cura para Parkinson, entretanto, há vários estudos que oferecem tratamento para auxiliar na qualidade de vida do paciente com DP. Muitos desses tratamentos são oferecidos pelo SUS (Sistema Único de saúde). 

O remédio mais utilizado, principalmente no Brasil, é o levodopa, ele foi muito significativo para o início do  tratamento, assim como, na criação de vários outros medicamentos ao longo dos anos. Dessa forma, Pramipexol, Seleginina, ansiolíticos, antidepressivos ou antipsicóticos também são medicamentos prescritos para auxiliar no tratamento. É imprescindível destacar a importância da fisioterapia, terapia ocupacional e atividade física para controlar os sintomas do Parkinson. 

Portanto, o tratamento da DP envolve vários profissionais, e tem como objetivo reduzir o agravamento da doença e, por conseguinte, atrasar a perda da autonomia. No entanto, muitas vezes há relutância por parte do paciente para adotar esses tratamentos no seu dia a dia, ocasionando assim a intensificação dos sintomas.    

Os medicamentos minimizam os sintomas e auxiliam na qualidade de vida e, muitas vezes, retardam a progressão da doença. Contudo, eles não inibem o avanço da neurodegeneração do paciente, principalmente, no que tange pacientes diagnosticados tarde e com o avanço da idade. É nesse momento que o apoio da família se torna crucial, no estágio em que o paciente começa a perder sua autonomia e, geralmente, a assistência parte de algum familiar.

O âmbito familiar deve proporcionar ao indivíduo com DP segurança, bem-estar e apoio ao passo que a doença vai se intensificando. Mas é necessário ter um olhar para o familiar responsável, tendo em vista que seu cotidiano também será alterado. Dessa forma, é importante assegurar os cuidados para os familiares que estão diariamente auxiliando o indivíduo com DP. 

Desse modo, 11 de abril se torna uma data para conscientizar, incentivar a pesquisa sobre a doença e, sobretudo, lembrar da importância da rede de apoio para o indivíduo com a doença de Parkinson e seus familiares.   

Referências de pesquisa:

REIS, R. D.; DIAS, E. N.; BATISTA, M. A.; MESQUITA FILHO, M.; SILVA, J. V. da. DOENÇA DE PARKINSON: SENTIMENTOS ATRIBUÍDOS AO CONVÍVIO À LUZ DO CUIDADOR FAMILIAR. Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, [S. l.], v. 24, n. 3, 2019. DOI: 10.22456/2316-2171.91795. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/RevEnvelhecer/article/view/91795. Acesso em: 19 abr. 2022.
NAVARRO-PETERNELLA, F. M.; MARCON, S. S. A convivência com a doença de Parkinson na perspectiva do parkinsoniano e seus familiares. Revista Gaúcha de Enfermagem [online]. 2010, v. 31, n. 3., pp. 415-422. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1983-14472010000300002>. Acesso em: 19 abr. 2022 SILVA, T. P. da; CARVALHO, C. R. A. de. Doença de Parkinson: o tratamento terapêutico ocupacional na perspectiva dos profissionais e dos idosos. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional [online]. 2019, v. 27, n. 2, pp. 331-344. Disponível em: <https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoAO1229>.. Acesso em: 20 abr. 2022

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