ABRALA

Author name: João Lucas Barboza Marçal

Mariana Tavares e o Programa Curta

Publicado em: 18 de novembro de 2024 Mariana Tavares e o Programa Curta Elisangela Lobo SchirigattiMaurício Silva Gino   O programa Curta Minas foi exibido na Rede Minas de 1998 a 2000, sendo apresentado e dirigido por Mariana Tavares durante toda sua existência. O objetivo do programa era abordar conteúdo informativo e educativo sobre a produção do audiovisual nacional, em especial cinema e vídeo. O material, com enfoque principal para a valorização do curta-metragem brasileiro, compreendia uma diversidade de propostas e autores atuantes nos campos do documentário, da ficção, da animação e das obras experimentais. Os debates e entrevistas eram destinados a ampliar a visão do público sobre o audiovisual, apresentando obras e realizadores. Em 2007 o programa mudou de nome tornando-se apenas Curta, recebendo um viés para os making offs de produções e formatos híbridos – como pequenos filmes realizados por e para mídias móveis. Além do Brasil, o programa era exibido na Espanha e Portugal. Em 2012, o Curta organizou a Série Especial A Arte da Animação que foi dividida em quatro programas e abordou a produção contemporânea da animação. Na ocasião foram exibidos curtas inéditos como a obra de Leonardo Cata Preta com “O céu no andar de baixo” e outros ganhadores de prêmios como Castelos de Ventos de Tânia Anaya. No rol de apresentações, foram incluídas as animações produzidas na Universidade das Crianças, um projeto de extensão desenvolvido na UFMG. Além dos mineiros, Miriam Rolim, Tânia Anaya e Leonardo Cata Preta, fizeram parte das exibições as obras de Juliano Castro, Marão e César Cabral, dentre outros animadores e animadoras locais e nacionais. A primeira parte da série mostrou os principais cursos de animação que formam os profissionais na área, com destaque para a graduação da UFMG, que oferta o curso de Cinema de Animação e Artes Digitais desde 2009, mas já disponibilizava Artes com Habilitação em Animação desde 1985. OlharesA mostra Olhares foi realizada de 22 a 26 de julho de 2002 no auditório do Instituto Casa da Glória em Belo Horizonte, em Minas Gerais. O evento exibiu trabalhos audiovisuais de artistas mineiros, gaúchos e cearenses,  sendo composto por obras de diversos gêneros (animação, ficção e documentários) produzidas em diversos meios, tais como filmes, vídeo, web-art e instalação. A curadoria ficou por conta de Mariana Tavares e a programação oportunizou conversas entre o público e os realizadores. Com relação a animação, foi apresentado Patativa (2001) de Ítalo Maia e O Dilúvio (2001) de Magda Rezende, que após a exibição bateu um papo com a plateia e mostrou os originais do curta. Além dos documentários brasileiros, a mostra apresentou um vídeo do diretor e roteirista Silvino José de Castro sobre a memória do Festival de Inverno da UFMG intitulado Winter Arts Festival, Twenty years of arts in the baroque cities of Minas Gerais. O compilado relata sobre os 20 anos do festival, desde 1967 até final da década de 1980, quando o vídeo foi concluído. O conteúdo conta com a participação de uma das criadoras do festival, Berenice Menegale, do ex-reitor da UFMG e de artistas que participaram do evento. Link de acesso a algumas das obras citadas:”https://www.ufmg.br/90anos/programa-panoramica-da-tv-ufmg-comemora-neste-mes-os-50-anos-do-festival-de-inverno/ Curtas na RuaO Curtas na Rua foi uma iniciativa inserida na programação do Circuito Arte e Cultura do Comida di Buteco, que ocorreu no dia 24 de abril de 2010. O projeto teve a curadoria de Mariana Tavares e incluiu a exibição de 05 curta-metragens em dois bares de Santa Tereza, em Belo Horizonte, o Bar Temático e o Bartiquim. Uma grande tela foi montada na rua Silvianópolis em frente aos dois bares para exibir as animações: Deus é Pai de Allan Sieber, Dossiê Rê Bordosa de César Cabral, O dia em que Dorival encarou a guarda de Jorge Furtado, Filmes que não fiz de Gilberto Scarpa e Castelos de Vento de Tânia Anaya.   Referências ARAUJO, Giselle. Impacto e arte dos pequenos filmes. Tevê. Hoje em Dia, Belo Horizonte. 13 de maio de 2012.  SIQUARA, Carlos Andrei. Série estreia com filme de Tânia Anaya. O Tempo 11 de maio de 2012.  ESTADO DE MINAS. A hora do curta-metragem. Cultura, Caras e Boas 05 de outubro de 2007. SEBASTIÃO, Walter. Curta Minas: Espaço garantido ao bom cinema.  ESTADO DE MINAS, 04 de julho de 2004. p. 05. Filmografia Balanço (2006) Essáuna (2006) Libertas (2009) Animajazz (2009) Musicaixa (2010) Tembîara (2011) Em Quadros (2011) De martelos e serrotes (2012) O Homem que pintava músicas (2013) 3 temas para 60 janelas (2014) O extraordinário caso do Sr.A (2014) Fatia de mutação (2015) Matiz (2015) – (https://vimeo.com/117001981)KETZ (2016) Contrastes – impressões de Israel (2018) Pingo de respiro (2019) 100m (2020) Controle de tráfego (2021)   Direção, animação, edição do videoclipe Belezura de Thiago Delegado – Conexãohttps://vimeo.com/123878491 Contemporaneidade (2021)https://www.youtube.com/watch?v=IR1QzKr7Q2Y Faísca de Pó (2021)https://vimeo.com/454756989   Samba de PVC Minas Gerais Jackson Abacatu 2008 Mumia Libertas Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2009 Mumia Aminajazz Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2009 Mumia Musicaixa Minas Gerais Jackson Abacatu 2010 Mumia Routine Belo Horizonte/MG Jackson Abacatu 2011 Mumia Tembîara Belo Horizonte/MG Jackson Abacatu 2011 Mumia De martelos e serrotes Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2012 Mumia O Homem que pintava músicas Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2013 Mumia O Extraordinário Caso do Sr. A. Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2014 Mumia Matiz Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2015 Mumia Cheiro de pitanga Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2017 Mumia Desencontro Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2018 Mumia Contrastes – Impressões de Israel Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2018 Mumia Pingo de respiro Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2019 Mumia Faísca de Pó Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2021 Mumia Controle de tráfego Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2021 Mumia Contemporaneidade Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2021 Mumia MC Dodô – Meu Amor, Meu Bem-Te-Vi Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu e Arthur B. Senra 2014 Mumia Balanço Minas Gerais Jackson Teixeira 2006 Mumia Essaúna Minas Gerais Jackson Teixeira 2006 Mumia AbigrAnima Minas Gerais Jackson Teixeira 2007 Mumia

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Jackson Abacatu

Publicado em: 18 de novembro de 2024 Jackson Abacatu Elisangela Lobo SchirigattiMaurício Silva Gino   Jackson Abacatu é artista plástico, cineasta e músico, formado em Cinema de Animação e Escultura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Possui uma longa filmografia que avança a quantidade de obras exibidas no MUMIA. No decorrer de sua carreira teve oportunidade de aplicar diversas técnicas de animação, desde recorte, 2D tradicional, stop motion, areia, recorte digital e até pintura em vidro. Apresenta no seu portfólio a produção de diversos videoclipes como Matiz (2015), Cheiro de pitanga (2017), Desencontro (2018), Contemporaneidade (2021) e Faísca de Pó (2021), entre outros. Seus filmes já foram exibidos em diversos países, como Argentina, Colômbia, Canadá, Itália e Armênia.  Referências ➤ BIO | abacatuhttps://www.abacatu.com/sobre ➤ Jackson Abacatu (Youtube)https://www.youtube.com/@Abacatu/videos Filmografia Balanço (2006) Essáuna (2006) Libertas (2009) Animajazz (2009) Musicaixa (2010) Tembîara (2011) Em Quadros (2011) De martelos e serrotes (2012) O Homem que pintava músicas (2013) 3 temas para 60 janelas (2014) O extraordinário caso do Sr.A (2014) Fatia de mutação (2015) Matiz (2015) – (https://vimeo.com/117001981)KETZ (2016) Contrastes – impressões de Israel (2018) Pingo de respiro (2019) 100m (2020) Controle de tráfego (2021)   Direção, animação, edição do videoclipe Belezura de Thiago Delegado – Conexãohttps://vimeo.com/123878491 Contemporaneidade (2021)https://www.youtube.com/watch?v=IR1QzKr7Q2Y Faísca de Pó (2021)https://vimeo.com/454756989   Samba de PVC Minas Gerais Jackson Abacatu 2008 Mumia Libertas Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2009 Mumia Aminajazz Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2009 Mumia Musicaixa Minas Gerais Jackson Abacatu 2010 Mumia Routine Belo Horizonte/MG Jackson Abacatu 2011 Mumia Tembîara Belo Horizonte/MG Jackson Abacatu 2011 Mumia De martelos e serrotes Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2012 Mumia O Homem que pintava músicas Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2013 Mumia O Extraordinário Caso do Sr. A. Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2014 Mumia Matiz Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2015 Mumia Cheiro de pitanga Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2017 Mumia Desencontro Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2018 Mumia Contrastes – Impressões de Israel Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2018 Mumia Pingo de respiro Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2019 Mumia Faísca de Pó Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2021 Mumia Controle de tráfego Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2021 Mumia Contemporaneidade Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu 2021 Mumia MC Dodô – Meu Amor, Meu Bem-Te-Vi Belo Horizonte/ MG Jackson Abacatu e Arthur B. Senra 2014 Mumia Balanço Minas Gerais Jackson Teixeira 2006 Mumia Essaúna Minas Gerais Jackson Teixeira 2006 Mumia AbigrAnima Minas Gerais Jackson Teixeira 2007 Mumia

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Sávio Leite

Publicado em: 18 de novembro de 2024Atualizado em: 21 de novembro de 2024 Sávio Leite Elisangela Lobo SchirigattiMaurício Silva Gino   Sávio Leite (Brasil, 1971) Estudou Comunicação e é Mestre em Artes Visuais pela UFMG. É diretor de curtas-metragens, professor de cinema de animação no Centro Universitário UNA e coordenador de workshops de vídeo e imagem, tendo colaborado ainda em vários projetos cinematográficos. Seus trabalhos foram apresentados e premiados em importantes festivais ao redor do mundo. Nominado quatro vezes ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e vencedor do Melhor Curta Metragem em animação desse prêmio em 2018. Foi júri em festivais na Finlândia, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Armênia e em diversos outros no Brasil. Fundador e um dos diretores do TIMELINE – Festival Internacional de Video Arte de Belo Horizonte. Fundador e um dos diretores da MUMIA – Mostra Udigrudi Mundial de Animação e organizador de diversos livros.  Sávio Leite – Embaúba Play➥ https://embaubaplay.com/diretor_s/savio-leite/ Mostra MUMIA: Origem e características   Figura 1. Logo da mostra MUMIA A Mostra Udigrudi Mundial de Animação – MUMIA nasceu em Belo Horizonte, no ano de 2003. Surgiu como uma das atividades da terceira edição da Mostra Curta Minas, realizada pela Associação Curta Minas/ABD-MG. Ao visitar o Museu da Animação, situado no décimo sétimo andar do Edifício Maletta no centro de Belo Horizonte, pode-se apreciar o registro das 52 animações que participaram da primeira edição da mostra, que aconteceu em 2003. As informações estão emolduradas em um quadro e as obras estão distribuídas por data de exibição, que ocorreram de segunda a sábado, nos dias 27 de outubro a 1º de novembro do referido ano (Figura 1). Pode-se observar que no conteúdo consta apenas o título, autor e tempo de duração de cada animação. O texto de abertura, assinado pelos três organizadores: Sávio Leite, Sérgio Vilaça e Denis Leroy, destaca o compromisso do evento com a divulgação das obras marginalizadas pelo circuito comercial. Figura 2. Quadro com o registro original das animações da primeira MUMIA (2003). Independente de apoio financeiro, o evento ocorre anualmente. No total, foram realizadas 21 edições da mostra que ocorreram ininterruptamente entre os anos de 2003 a 2023, sendo que a próxima edição será realizada em Dezembro de 2024. A mostra é organizada pelo cineasta da animação Sávio Leite, que se autodesigna como  ativista  e anti curador (GINO, 2018). Pois, segundo seu regulamento, a mostra “tem a finalidade de incentivar novas produções audiovisuais de curtas-metragens em animação, por sua inovação e criatividade”.Assim, o evento oferece destaque às obras de caráter autoral, de baixo custo e de natureza experimental, não apresentando processo de seleção, preocupando-se em exibir o lado B da produção brasileira.   Figura 3. Capas de alguns dos catálogos da MUMIA Figura 4. Frames das animações Mercúrio (2007), Eu sou como o polvo (2006), Plutão (2004) e Marte (2003). Filmografia Mirmidões (2001,  3’16”), Marte (2003, 7’50”), Plutão (2004, 3′, 35mm), O Vento (2004), É proibido jogar futebol no adro dessa igreja (2004), Aeroporto (2005, 4′, cor, vídeo), Eu sou como o polvo (2006), Mercurio (2007), Terra (2008), Kombucha (2009), Nego (2010), Space Dust (2011), Macacos me mordam (2012), Tejo/tedio (2013), Saturno(2014), Marcatti (2015), Arrudas (2015), Desarquivando o Brasil (2016), Vênus – Filó a fadinha lésbica (2017) MirmidõesAnimação em stop motion, de bonecos feitos com massinha escolar e animação 2D. Sem história, a animação se desenrola ao ritmo da música. Animação de Clécius Rodrigues, produção e edição de Sávio Leite e música de PeksBaar. Livros Subversivos: o desenvolvimento do cinema de animação em Minas Gerais (2013) Maldita Animação Brasileira (2015) Diversidade na animação brasileira (2018) DVD: Coletânea MUMIA de Animações Mineiras (2017) Tradução: Teoria e prática de um cinema junto ao povo (2018)  Tradução: A Forma realizada: o cinema de animação (2020) Obras citadas Link de acesso a algumas das obras citadas: ➤ Mirmidõeshttps://www.youtube.com/watchv=BRETbkCpXKQ ➤ Saturnohttps://vimeo.com/510798753/b83949ad24 ➤ Mercúriohttps://vimeo.com/510830655/5731e3ccef ➤ Plutãohttps://vimeo.com/510806957/421d2ab024 ➤ Martehttps://vimeo.com/482755553/9ede2ec878 ➤ Eu sou como o polvohttps://vimeo.com/482742610/389d3cc300 Fichas Técnicas ➤ Saturnohttps://embaubaplay.com/catalogo/saturno/ ➤ Mercúriohttps://embaubaplay.com/catalogo/mercurio/ ➤ Plutãohttps://embaubaplay.com/catalogo/plutao/ ➤ Martehttps://embaubaplay.com/catalogo/marte/ ➤ Eu sou como o polvohttps://embaubaplay.com/catalogo/eu-sou-como-o-polvo/ ➤ Terrahttps://embaubaplay.com/catalogo/terra/ Referências LEITE, Savio (Org.). Subversivos: o Desenvolvimento do Cinema de Animação em Minas Gerais. Belo Horizonte: Favela É Isso Ai, 2013. LEITE, Savio (Org.). Diversidade na Animação Brasileira. Goiânia: Marte, 2018. LEITE, Savio (Org.). Maldita Animação Brasileira. Belo Horizonte: Favela É Isso Ai, 2015. KINOFORUM. Guia Kinoforum de Festivais Audiovisuais. Disponível em: <http://www.kinoforum.org.br/guia/>. Acesso em: 10 nov de 2024. MUMIA. Catálogos. Disponível em: <http://mostramumia.blogspot.com/p/catalogos-anteriores.html>. Acesso em: 10 nov de 2023.

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Universidade das Crianças

Publicado em: 18 de novembro de 2024 Universidade das Crianças Elisangela Lobo SchirigattiMaurício Silva Gino   O projeto é fruto de uma produção do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), com parcerias da Escola de Belas Artes (EBA), do Centro de Comunicação (CEDECOM) e da Diretoria de Divulgação Científica da UFMG (DDC). Os curtas de animação são criados a partir de perguntas enviadas por crianças, sobre o corpo humano e o meio ambiente. Para a exibição na TV UFMG foram selecionados 14 curtas do projeto. Referências ➤ Flor do caos (filme curta-metragem)https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=nk9VoI6ZNBc ➤ ExperimentAnima 2024 – Universidade das Criançashttps://www.youtube.com/watch?v=1qwMukNxyZY ➤PANORÂMICA #05: Universidade das Criançashttps://www.youtube.com/watch?v=3IWK6uDPajc&list=PLBv8koRm6pO1zAlU4mLsc5Flg-K4hlihs&index=6

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Luiz Nazário e a Ophicina Digital

Publicado em: 18 de novembro de 2024 Luiz Nazário e a Ophicina Digital Elisangela Lobo SchirigattiMaurício Silva Gino   A produção de animação em Minas Gerais na década de 1980 foi marcada pelas atividades realizadas na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A escola construiu seu acervo em animação a partir de disciplinas como “Técnicas Alternativas de Animação”, “Técnicas Audiovisuais” e ” História da Arte”, além de cursos ofertados pela escola ou por parceiros (NOGUEIRA, 2015).  As produções nascem de projetos que podem ser financiados ou não. Pode-se destacar duas iniciativas, o projeto Ophicina Digital e a Universidade das Crianças. Dr Luiz Nazário ¹ Figura 1. Dr Luiz Nazário (2017) e a logo da Ophicina Digital. O professor titular da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais escreveu e dirigiu o primeiro longa-metragem em animação de Minas Gerais, a Trilogia do Caos (2001-2016), produzida com dois Prêmios de Incentivo à Produção, da Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte, e da Associação Curta Minas/CEMIG, e animada por jovens artistas da Escola de Belas Artes a partir da pesquisa Animação Expressionista, financiada pelo CNPq. O roteiro inclui uma narrativa sombria com inspiração no estilo expressionista, sendo a primeira animação de computação gráfica do país produzida em uma universidade. O filme é dividido em três partes, de 20 minutos cada aproximadamente, separadas pelos créditos, totalizando 55 min30s, incluindo apresentação e créditos. A primeira e segunda foram produzidas em 2001 e a última finalizada em 2016. A tela de abertura de cada parte é um fundo preto com letras brancas fazem um pequeno review das anteriores e situa o observador sobre a questão principal a ser desenrolada. A parte sonora não possui diálogos ou narrativa oral, é composta apenas de música de fundo e alguns foleys como por exemplo pessoas batendo palmas, multidão gritando, sussurros.  A primeira parte denominada “A flor do Caos” (2001) nasceu de um projeto de animação coordenado pelo Professor Luiz Nazário, cujo roteiro ganhou um prêmio da Secretaria Municipal de Cultura, o que permitiu alguns investimentos em equipamentos e formar uma equipe de dois técnicos. Novos recursos vieram financiados pela FAPEMIG, e com outro prêmio vindo da Associação Curta-Minas/CEMIG, para a produção de uma animação em película. Desta maneira, a sala ficou mais equipada e a equipe aumentou, sendo composta por uns doze animadores, todos alunos bolsistas e técnicos da Escola. Esta infraestrutura proporcionou a produção do segundo filme da Trilogia do Caos em quinze computadores, incluindo os da Ophicina Digital e os dos alunos. Na época uma animadora que estagiava em Cleveland, nos EUA contribuía com o projeto ao enviar seus trabalhos por e-mail.  A segunda parte foi intitulada “Selenita acusa!” e foi datacinada para uma película 35mm. A transferência do HD para a película foi realizado pelo laboratório Megacolor de São Paulo e o processo consistia em transferir as animações feitas no computador, editadas e convertidas em arquivos tiff de alta resolução para a película. Para essa etapa, a animação precisa já estar finalizada, bem como os créditos e a trilha sonora, que foi composta em São Paulo pelo compositor Lelo Nazario, irmão de Nazário. O filme inteiro em HD foi levado pelo próprio Nazário para o Laboratório Curt e Alex de São Paulo para a datacinagem e a sonorização em película 35 mm. Nazario (2005) acredita que esta foi a primeira animação desse formato (digital com transfer em película 35mm) de duração (longa), um fato inédito na Escola e em Minas Gerais. Durante a existência da Ophicina Digital foram produzidos aproximadamente 50 DVDs com a melhor produção da EBA. Esses DVDs podem ser consultados na Biblioteca. Também foram feitos vários catálogos e o livro Filmoteca Mineira foi publicado. Já a ideia do projeto Filmoteca Mineira era a de conservar os filmes produzidos em Minas aqui em Minas, e não enviar para a Cinemateca. Notas ¹ É docente, historiador de arte, crítico de cultura e escritor. Colabora para o caderno Aliás, do Estadão. Autor de diversos livros, dentre os quais Da natureza dos monstros (1988), As sombras móveis (1999), Todos os corpos de Pasolini (2007) e O cinema errante (2013). Referências TV UFMG. PANORÂMICA #10: Trilogia do Caos Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zyxXgZDRV_k>. Acesso em: 15 de mar. de 2024. NAZARIO, Luiz (Org.). Filmoteca mineira. Belo Horizonte: Escola de Belas Artes da UFMG, 2004. 117 p. SILVA, Camila Cristina da. Paixão por preservar: acervos de imagem em movimento da Escola de Belas Artes (UFMG), Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte e Arquivo Público Mineiro. 318f. Dissertação (Mestrado em Artes). Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017. SOARES, Alexandre Martins. Memória Audiovisual na Sociedade Informatizada: arquivos físicos e digitais. 2006. Dissertação (Mestrado em Artes Visuais) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2003. Filmografia Trilogia do Caos Realização Ophicina digitalProjeto Filmoteca Mineira CoordenaçãoDr Luiz Nazário ➤ PANORÂMICA #10: Trilogia do Caos | teaserhttps://www.youtube.com/watch?v=koCjPWHNbeE&list=PLBv8koRm6pO1zAlU4mLsc5Flg-K4hlihs&index=14 ➤ Flor do caos (filme curta-metragem)https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=nk9VoI6ZNBc ➤ ExperimentAnima 2024 – Ophicina Digital: estrutura, projetos e desafioshttps://www.youtube.com/watch?v=sQvyDCUGi3Q

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UFMG e a animação

Publicado em: 19 de abril de 2024 UFMG e a animação Elisangela Lobo SchirigattiMaurício Silva Gino   A produção de animação em Minas Gerais na década de 1980 foi marcada pelas atividades realizadas na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A escola construiu seu acervo em animação a partir de disciplinas como “Técnicas Alternativas de Animação”, “Técnicas Audiovisuais” e ” História da Arte”, além de cursos ofertados pela escola ou por parceiros (NOGUEIRA, 2015).  As produções nascem de projetos que podem ser financiados ou não. Pode-se destacar duas iniciativas, o projeto Ophicina Digital e a Universidade das Crianças. Figura 1. Dr Luiz Roberto Pinto Nazário (2017) e a logo da Ophicina Digital O professor titular da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais escreveu e dirigiu o primeiro longa-metragem em animação de Minas Gerais, a Trilogia do Caos (2001-2016), produzida com dois Prêmios de Incentivo à Produção, da Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte, e da Associação Curta Minas/CEMIG, e animada por jovens artistas da Escola de Belas Artes a partir da pesquisa Animação Expressionista, financiada pelo CNPq. O roteiro inclui uma narrativa sombria com inspiração no estilo expressionista, sendo a primeira animação de computação gráfica do país produzida em uma universidade. O filme é dividido em três partes, de 20 minutos cada aproximadamente, separadas pelos créditos, totalizando 55 min30s, incluindo apresentação e créditos. A primeira e segunda foram produzidas em 2001 e a última finalizada em 2016. A tela de abertura de cada parte é um fundo preto com letras brancas fazem um pequeno review das anteriores e situa o observador sobre a questão principal a ser desenrolada. A parte sonora não possui diálogos ou narrativa oral, é composta apenas de música de fundo e alguns foleys como por exemplo pessoas batendo palmas, multidão gritando, sussurros.  A primeira parte denominada “A flor do Caos” (2001) nasceu de um projeto de animação coordenado pelo Professor Luiz Nazário, cujo roteiro ganhou um prêmio da Secretaria Municipal de Cultura, o que permitiu alguns investimentos em equipamentos e formar uma equipe de dois técnicos. Novos recursos vieram financiados pela FAPEMIG, e com outro prêmio vindo da Associação Curta-Minas/CEMIG, para a produção de uma animação em película. Desta maneira, a sala ficou mais equipada e a equipe aumentou, sendo composta por uns doze animadores, todos alunos bolsistas e técnicos da Escola. Esta infraestrutura proporcionou a produção do segundo filme da Trilogia do Caos em quinze computadores, incluindo os da Ophicina Digital e os dos alunos. Na época uma animadora que estagiava em Cleveland, nos EUA contribuía com o projeto ao enviar seus trabalhos por e-mail.  A segunda parte foi intitulada “Selenita acusa!” e  foi datacinada para uma película 35mm. A transferência do HD para a película foi realizado pelo laboratório Megacolor de São Paulo e o processo consistia em transferir as animações feitas no computador, editadas e convertidas em arquivos tiff de alta resolução para a película. Para essa etapa, a animação precisa já estar finalizada, bem como os créditos e a trilha sonora, que foi composta em São Paulo pelo compositor Lelo Nazario, irmão de Nazário. O filme inteiro em HD foi levado pelo próprio Nazário para o Laboratório Curt e Alex de São Paulo para a datacinagem e a sonorização em película 35 mm. Nazario (2005) acredita que esta foi a primeira animação desse formato (digital com transfer em película 35mm) de duração (longa), um fato inédito na Escola e em Minas Gerais.  Durante a existência da Ophicina Digital foram produzidos aproximadamente 50 DVDs com a melhor produção da EBA. Esses DVDs podem ser consultados na Biblioteca. Também foram feitos vários catálogos e o livro Filmoteca Mineira foi publicado. Já a ideia do projeto Filmoteca Mineira era a de conservar os filmes produzidos em Minas aqui em Minas, e não enviar para a Cinemateca.  Filmografia Trilogia do Caos  Realização: Ophicina digital Projeto Filmoteca Mineira  Coordenação Dr Luiz Roberto Pinto Nazário ➤ PANORÂMICA #10: Trilogia do Caos | teaserhttps://www.youtube.com/watch?v=koCjPWHNbeE&list=PLBv8koRm6pO1zAlU4mLsc5Flg-K4hlihs&index=14 ➤ Flor do caos (filme curta-metragem)https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=nk9VoI6ZNBc Referências TV UFMG. PANOR MICA #10: Trilogia do Caos Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zyxXgZDRV_k>. Acesso em: 15 de mar. de 2024. NAZARIO, Luiz (Org.). Filmoteca mineira. Belo Horizonte: Escola de Belas Artes da UFMG, 2004. 117 p. SILVA, Camila Cristina da. Paixão por preservar: acervos de imagem em movimento da Escola de Belas Artes (UFMG), Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte e Arquivo Público Mineiro. 318f. Dissertação (Mestrado em Artes). Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017. SOARES, Alexandre Martins. Memória Audiovisual na Sociedade Informatizada: arquivos físicos e digitais. 2006. Dissertação (Mestrado em Artes Visuais) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2003.

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A “Criação” de Helvécio Ratton e Fausto Hugo Prats

Publicado em: 17 de abril de 2024 A “Criação” de Helvécio Ratton e Fausto Hugo Prats Elisangela Lobo SchirigattiMaurício Silva Gino   Figura 1 – Cineasta brasileiro Helvécio Ratton O famoso cineasta brasileiro conhecido por diversas obras live action,entre essas, A Dança dos Bonecos (1986) e O Menino Maluquinho (1995), iniciou a carreira no cinema ao dirigir um desenho animado. Em 1977, Helvécio Ratton escreveu o roteiro e co-dirigiu com o ilustrador Fausto Hugo Prats (1945 – ) o desenho animado intitulado Criação (1977) (NAGIB, 2002. p. 367; LEITE, 2024). O curta-metragem colorido de 35mm, tinha 5 minutos de duração, foi desenvolvido na técnica tradicional com traço sobre o acetato e marca a proximidade do cineasta com o cinema. Ratton diz que, apesar da sua participação constante no processo, principalmente de seleção de imagens, sugestão de planos, enquadramentos e decupagem, foi Fausto o responsável pela animação e é o diretor principal do filme (VILLAÇA, 2005). A equipe executora teve participação de Carlos Giovanni na direção de fotografia e Célio Balona na Direção de som. O personagem principal é uma galinha, chamada Adalgisa, que botava planetas ao invés de ovos e formou o universo. A narrativa do curta é melhor descrita no texto da Cinemateca: Adalgisa, uma galinha, bota ovos-planetas e compõe o universo. O parto mais difícil é a Terra. Quando bota a Terra, o som se transforma e Adalgisa observa o ovo estranho. Imagens sofridas da terra se sucedem rapidamente. Adalgisa pisa na Terra e arrebenta o ovo-planeta. Fusão para galinha de verdade dormindo no poleiro. A galinha acorda com ruídos de balas e salta do poleiro. (Embrafilme/Arquivo CGV) O filme possuía conotação política mas passou pelo filtro da repressão na época da ditadura. Na época, os autores acreditavam que o filme não foi censurado por mostrar imagens genéricas e que não faziam alusão direta ao Brasil. A realização do curta foi viabilizada por meio da Filmes Geraes Ltda., de Victor Hugo de Almeida.  A animação recebeu prêmio da Associação Mineira de Cinema no Concurso de Filmes Mineiros de Curta-Metragem, 2, 1978, Belo Horizonte – MG e teve menção especial na Feira Nacional de Humor, 1, 1980, Curitiba – PR. O Jornal do Brasil (Minas […], 1978) destaca que a animação Criação de Helvécio e Fausto ganhou prêmio de Cr$ 50 mil no Concurso Nacional de Curtas-Metragens promovido pelo Governo de Minas Gerais.  Hoje a animação se encontra no Museu de Imagem do Som (MIS) de Belo Horizonte, sendo acessada por meio de moviola no dia 26/04/2024 pela servidora Soraia Nunes Nogueira e apreciação de Elisangela Lobo Schirigatti. Figura 2. Imagens da película, lata e filme da animação “Criação” na moviola do MIS-BH (2024) Segundo a Editora Dubolsinho, “Fausto começou a trabalhar em jornais aos 18 anos como ilustrador e cartunista. Em 1968, fundou com Raul Alvarenga Sobrinho, José Barbosa de Vilhena e Sebastião Nunes uma agência chamada RBV e depois Ponto Publicidade. (MARQUES, 2008, p. 99). No final dos anos 70, com outros cartunistas, lançou UAI!, primeira revista de HQ de Belo Horizonte. Hoje é diretor de arte sênior e continua atuando como freelancer para jornais e editoras”  (DUBOLSINHO, s/d, p. 17). Figura 3. A) Capas da revista independente UAI! número 1 e 2. B) Capa ilustrada por Fausto Prats. C) Ilustração apresentada por Prats no Salão Internacional de Humor de Piracicaba (1977). Figura 4. Tirinhas selecionadas de Fausto Prats pela revista Gibi Semanal (1975) Mesmo sem um título definido, foram publicadas tiras dos personagens O Cristo e Batvampiro. Ambas foram publicadas posteriormente em 1979 na revista independente Uai!!, de Belo Horizonte – MG. Animação Criação 1977 (CINEMATECA, 2024) Helvécio Ratton e Fausto Hugo Prats Categorias: Curta-metragem / COR/ Sonoro / Ficção Material original: Desenhos em acetato, fotos, 35mm, 5min, 120m, 24q Produção: Filmes Gerais Ltda Fotografia: Carlos Giovanni Som: Célio Balona Referências DUBOLSINHO. Catálogo.  Disponível em: <https://www.germinaliteratura.com.br/imagensblog/crisalida_folder.pdf>. Acesso em: 15 de mar. de 2024. FAUSTO Prats. O Grilinho Brincalhão. Reprod. do Capa do livro de Clemente Luz, 1985. Colorido. LEITE, Savio. Animação em Minas Gerais. 2022. Disponível em: <https://www.cinehumbertomauromais.com/post/animacao-em-minas-gerais>. Acesso em: 15 de mar. de 2024. MARQUES, Fabrício. Sebastião Nunes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.MINAS dá pacote de prêmios culturais. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, ano 88, n. 229, Nacional, p. 16, 23 nov. 1978. NAGIB, Lúcia. O cinema da retomada. São Paulo: Editora 34, 2002. p. 367 OLIVEIRA, Augusto Otávio Fonseca de; ADVERSE, Angélica Oliveira.  Entre as Artes Plásticas e os Quadrinhos: O Desenho Mineiro na Produção Editorial da Década de 1970. Vinco – Revista de Estudos de Edição, Belo Horizonte, v. 3, n. 1, 2023. SALÃO INTERNACIONAL DE HUMOR DE PIRACICABA, 8., 1981, São Paulo. Salão Internacional de Humor de Piracicaba (79/80/81). Piracicaba: Prefeitura Municipal, 1981. 112 p., il. p&b. SPsih-pira 8/1981 VILLAÇA, Pablo. Helvécio Ratton: o cinema além das montanhas. São Paulo : Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Cultura – Fundação Padre Anchieta, 2005. 440p LEITE, Savio. Fotografias MIS de Belo Horizonte. https://www.facebook.com/search/top/?q=Fausto%20Hugo%20Prats%20 SALÃO INTERNACIONAL DE HUMOR DE PIRACICABA, 8., 1981, São Paulo. Salão Internacional de Humor de Piracicaba (79/80/81). Piracicaba: Prefeitura Municipal, 1981. 112 p., il. p&b. SPsih-pira 8/1981 Ficha Técnica ➤ CRIAÇÃO (1977)Veja a ficha

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