Qual é o seu nome?
Danila Ribeiro da Silva
De onde você fala?
São Bernardo do Campo - SP
Que curso você fez e em qual instituição?
Sou bacharel em Mídias Sociais pela Universidade Metodista de São Paulo. Estudei animação tradicional na Escola Melies e na ICS e agora estudo 3D na Onfire.
Onde você atua?
Faço trabalhos de animação 2D e 3D como freelancer para publicidade, curtas, longas, séries, filmes, clipes, etc e em diversos estúdios nacionais e internacionais.
Qual é o seu cargo?
Animadora 2D e 3D.
O que você faz no seu trabalho?
Dou vida ao personagem, através das poses, gestos e ações dos personagens, seja desenhando ou posando um rigg 3D e através deles, posso contar uma história. Geralmente recebo a cena com o animatic e a “sinopse” da cena. O diretor orienta qual a mensagem da cena, o que precisa passar, quais os sentimentos o personagem precisa sentir e expressar. Começo geralmente com o rough das principais poses ( quando é 3D) e quando a cena é 2D faço um rough das principais poses pensando muito na fluidez da cena. Geralmente acertamos o rough e fazemos a animação em várias versões. O rough, os intervalos, a luz e a sombra, tiedown ( que é o passo anterior ao clean up, com o desenho da animação praticamente em sua versão final para limpeza) o clean up, cor.
O que é preciso saber para atuar na sua profissão? (Competências)
Digo que pra ser animadora você precisa ter vontade, amor e paciência. Para além disso ser um artista dedicado, que sempre está em busca de ter crescimento artístico e perseverança para ir em busca dos seus objetivos, pois ser artista e trabalhar com animação no Brasil não é uma profissão fácil por vários motivos.
Se você está em busca de trabalhar com animação, pode buscar cursos e escolas específicos, tutoriais, cursos online, mentorias ou até mesmo pedir orientações a artistas que se mostrem mais acessíveis, com abertura para uma conversa e orientação.
O principal desafio que você enfrenta no seu dia-a-dia ao executar seu trabalho?
Fora todas as atribuições do animador, que em si já são muito complexas, todo o trabalho de planejar a cena, gravar vídeos referência, animar com uma boa qualidade e respeitando os prazos e tudo mais, temos o desafio de enfrentar prazos curtos, exigências acima do contratado, contratos não cumpridos ( e as vezes até falta de contrato), estúdios que tornam o dia a dia um absoluto “Reino do burnout”, muitas vezes a falta de perspectiva de crescimento de carreira, no Brasil, a falta de projetos seguidos, e muitas vezes valores muito baixo para se sustentar… o que faz uma parte dos artistas do ramo de animação trabalhar em 2… 3 projetos ao mesmo tempo. Outro fator muito forte são os estúdios inadimplentes, ou prazos para pagamento acima dos 60… 90 dias pra pagar pelo trabalho realizado pelo animador. Um mercado muito machista (apesar de ter melhorado muito nos últimos anos), mas ver que tem estúdios pouco diversos, com poucas chances de crescimento para mulheres.
Qual é a sua dica para as mulheres que desejam atuar na área de Animação?
Digo para seguir em frente sempre, para não desistirem de seus sonhos. Podemos viver de animação, mas também devemos olhar de forma mais humana, nas relações trabalhistas, etc. Trabalhar com animação vai além de apenas “viver de arte por amor”, mas vai também exigir que o mercado cresça respeitando ambos os lados.
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