Representatividade

Lesbianidade, representatividade e estereótipos: filmes de animação como tecnologia de gênero

por: Prof. Dra. Silmara Simone Takazaki

Esta tese trata de filmes de animação, a partir da teoria de Teresa de Lauretis sobre tecnologia de gênero: o cinema não apenas reflete a sociedade, mas é uma tecnologia que constrói subjetividades, como gênero e sexualidades. Onde estão as mulheres lésbicas no cinema? Os filmes de animação, ainda que destinados a entretenimento, acabam por ensinar reações e produzir comportamentos sociais, e assim defender discursos que, por meio de imagens e textos, foram intencionalmente escolhidos para comporem narrativas. O objetivo desta investigação foi encontrar e analisar de forma interdisciplinar as sexualidades femininas dissidentes / heterodiscordantes em desenhos animados ocidentais desde a década de 1990. A representatividade lésbica, analisada quantitativa e qualitativamente, revela resultados pequenos porém promissores: estereótipos negativos, piadas, mas também recentes protagonismos, lugares de fala, estratégias de resistência. Por meio de etnografias de tela e comparativos com a história das mulheres na área da animação, traço um recorrido sobre a presença lesbiana e discuto corpos, intersecções, imagens e armários. Considero, enfim, a conexão entre as ausências das mulheres LGBT+: como diretoras e como personagens destes filmes. Espaços de visibilidade somente são possíveis por um pensamento feminista e crítico da parte de todas as pessoas envolvidas em um projeto audiovisual.