O Núcleo de Design de Animação iniciou a implementação de sua nova identidade visual no último trimestre de 2020 e nesta página você pode conhecer mais sobre o projeto e os responsáveis pelo mesmo.
Inicialmente, percebeu-se a ausência de uma identidade bem definida e desenvolvida para o Núcleo, principalmente, em suas mídias digitais e nos materiais de divulgação de atividades e projetos. Era comum, inclusive, a utilização do mascote, a capivara, como logo em diversas situações.
Logo antigo e mascote
A Capivara foi desenvolvida inicialmente como um dos mascotes para a campanha da Prefeitura de Curitiba, para alertar sobre a prevenção da COVID-19. No entanto, Mariana Ferreira diz que ao mostrar os concepts arts para os professores do Núcleo de Design de Animação, eles se interessaram pelo mascote devido a sua linguagem cartunesca, baseada em personagens de desenhos animados dos anos 90. A maior inspiração para o traço da Capivara foi o desenho The Angry Beavers
No início de 2020, a questão foi abordada durante um dos cursos de Identidade Visual ministrado pelo Prof. Marco Mazzarotto e uma das equipes participantes foi desafiada a encontrar uma solução visual para o caso.
O fato de o curso ter sido aberto para profissionais de qualquer área as equipes eram compostas por pessoas de diferentes ocupações. De acordo com a designer Patrícia Kowaleski, que comentou e explicou o processo do projeto para nós, a multidisciplinaridade da equipe possibilitou a formação de diversas abordagens e ideias durante o desenvolvimento. No entanto, isso também ocasionou certos obstáculos, visto que nem todos tinham experiência com a parte mais técnica de design, por exemplo.
A equipe foi formada então por: Lucas Bardoch(Arquiteto), Iriene Borges (Profª de pintura), Moisés de Camargo (Aluno de design) e Patrícia Kowaleski(Designer gráfica).
Diante da oportunidade de propor uma “cara” para o Núcleo, a equipe de desenvolvimento em parceria a Profª Elisangela Lobo Schirigatti iniciou a construção de um briefing. Segundo Patrícia, a orientação era que a identidade deveria destacar-se dentro da universidade, ou seja, distinguir-se entre outros projetos; não de uma forma competitiva, mas que possuísse o seu espaço.
Outra questão inicial foi o próprio nome do Núcleo de Design de Animação que é muito extenso. Diante disso, em acordo com os professores, iniciou-se o processo de pesquisa e geração de alternativas em busca de uma nomeação mais curta. Assim o conceito da nova identidade foi definido. Após muitas reuniões, a equipe começou a trabalhar com a ideia de representar alguma técnica de animação, porém, perceberam que estavam ficando no senso comum ou trabalhando com uma visão única de animação. Ao aproximar a ideia à uma produção geral e brasileira, a equipe chegou na proposta de sintetizar a animação na identidade como o movimento – ou a mudança da forma – ademais, trazer um aspecto lúdico do projeto, mas sem deixar seu compromisso como projeto de extensão de uma universidade.
Avançando na geração de nomes e logos, a partir de pesquisas de outras instituições, empresas, organizações etc. da área de animação, começaram a afunilar suas alternativas e suas visões do Núcleo. Porém, nas reuniões de projeto ficava nítido que as propostas realizadas até o momento visavam uma abordagem competitiva e estavam mais próximas da representação de um estúdio no mercado de animação.
Diante desta realidade, a equipe decidiu por manter o nome “Núcleo de Design de Animação” para não se distanciar da ideia original do núcleo em si, valorizando assim, sua origem e fundação dentro da universidade, como também ser facilmente identificável com os pares.
Consequentemente, com o nome maior, a equipe descartou a criação de um símbolo e decidiu trabalhar somente com a tipografia para representar os conceitos definidos.
Algumas alternativas geradas
Assim como todo o projeto, a escolha das cores foi resultado de muitas pesquisas e alternativas. Inicialmente, a equipe considerou a utilização das cores primárias luz – o RGB, vermelho, verde e azul – visto que são elas que reproduzem a animação, e o audiovisual em si; além de, atualmente, a maioria ser produzida digitalmente, tendo um contato mais direto ainda. Porém, logo a equipe notou que seria uma paleta muito limitada e não tão condizente com a abordagem da identidade.
Com isso, novas alternativas foram desenvolvidas e apresentadas também para a professora e pesquisadora de teoria da cor, Luciana Martha Silveira para que esta auxiliasse a equipe na escolha.
O resultado desta consulta foi a proposta de uma paleta maior e mais vibrante, visando até mesmo gerar um certo incômodo, com o intuito de imbuir a identidade de energia e vibrância. A maior quantidade de cores ampliou as possibilidades de combinações e a sua utilização nas diversas aplicações que o núcleo possui.
Paleta de cores final
Após todos esses passos e aperfeiçoamentos menores, a equipe chegou ao resultado final que já começamos a aplicar. Percebe-se como as cores e formas conversam harmonicamente para criarem uma imagem marcante e condizente do Núcleo – representando o movimento e a ludicidade presente na criação do mesmo.
Logo final e combinações de cores
O desejo de dar vida a aquilo que está aparentemente imóvel é um dos motores dentro do animador. Como profissional uma das competências é entender e sugerir movimentos (vida) que ajudem a ressaltar a arte, ou melhor, liberar aquilo que por si só sugere. Em um mundo onde a animação se torna cada vez mais acessível e as plataformas com suporte a elas, o dia dos elementos e logos estáticos pode estar com seus dias contatos no universo digital.
O Núcleo de Design e Animação (NDA) na UTFPR se adentra nesse contexto combinando o propósito de fomentadora do ramo no campo acadêmico e estar em uma era digital. Considerando isso se torna importante que sua Identidade Visual acompanhe seus propósitos e os pontos de contato com o público alvo ressaltem e influenciem a percepção do Brand pretendido (NEUMEIER, 2006).
Com isso se cria demanda de ter o logotipo da NDA com movimentação. Como dito, cada arte sugere uma intenção/estilo do movimento, assim quando analisado-o se nota o tom contemporâneo e dinâmico da família tipográfica e a composição geral de ambos as monossílabas “de” (presentes no lado esquerdo da composição). Outro fator importante que se destaca é o uso do núcleo como palavra sinônima de “grupo” ou “conjunto”, sugere-se que há um aglomerado de pessoas com uma intenção (que é revelado por design de animação).
A partir dessa análise, foram extraídos dois temas para guiar a intenção do movimento: “movimentação dinâmica” e “fazer parte de/ir a um local com outros”. Devido ao carácter contemporâneo expressado pela tipografia optamos pela técnica de motion graphics. O planejamento foi definido em 5 etapas: pesquisa de referências, estudos das cenas/sketchs primários (semelhante ao storyboard), separação das camadas (preparação da arte), animação e alterações/ajustes para finalização.
As ferramentas utilizadas no processo foram lápis e papel para os sketchs, Illustrator para criação da arte e separação das layers e After Effects para criação do movimento. Ressaltamos aqui que a preparação das artes é imprescindível para animar cada elemento, devido ao software da animação não entender objetos diferentes em um mesmo grupo.
Com as ferramentas escolhidas e os 3 primeiros passos desenvolvidos, começamos a fase da animação em si.
Como cada letra está separada e queríamos criar o movimento delas indo para o centro da tela criando um caminho até ali para então sair de cena com a entrada da próxima, convertemos todas elas em “path” para termos acesso aos pontos de “bézier” das curvas. Liberado essa função conseguimos puxá-los e destacá-los alterando a forma da letra, contudo não gostaríamos de alterá-la a ponto de descaracterizar seu reconhecimento pelo espectador, devido a isso mantivemos ao máximo possível (quando o movimento não ficava interessante ao quebrar a essa regra) a grossura dos tipos.
As entradas da palavra “núcleo” foram animadas com uma velocidade de 80% de influência pelas curvas no gráfico de “speed graph” com slow out sendo influenciados por um parâmetro nulo externo que mantêm um movimento leve neles para evitar frames da composição estáticos. A sua saída consistia e estava sincronizada (“parentamos” ambos as camadas, ou seja, todo tipo de alteração nos parâmetros de scale, position e rotation alteram a camada conectada) ao movimento da próxima letra com um slow in influenciado em 30% na mesma curva, assim a saída não era brusca devido ao ganho de velocidade.
Quanto às demais palavras, foi optado pela forma de entrada das letras individuais, contudo todas entrando ao mesmo tempo. Ao final, para demarcar bem as cores do projeto, fizemos com que as letras do “núcleo” influenciassem a saída dos fundos coloridos e usamos todas as variações da paleta escolhida. Como resultado conseguimos uma animação dinâmica e contemporânea para ser usada nas plataformas que suportam a arte animada.
Animação finalizada