Sobre o evento


Curto circuito: conexões em chamas

Dialogicidade e distanciamento, é possível?

Distanciamentos, esvaziamentos, rupturas, desconexões, instabilidades, isolamentos, negligências, invisibilidades, negações. O que ficou dentro e o que ficou fora nos tempos que estamos vivemos? Quem ficou dentro, quem fica fora? Existem saídas para um viver Dialógico? Será possível ser e viver na dialogicidade? Quais conexões foram feitas? A que estão expostas as conexões?

Como continuidade às aprendizagens que os estudos do interagir tem tomado para si quanto às abordagens e filosofias da interação humana, o XUÊ convida você para a segunda rodada dos Encontros Dialógicos.

Realizado pela primeira vez em 2018, o evento propõe-se a discutir aspectos sociais, culturais, políticos e éticos dos estudos do interagir, a partir das relações com a ciência e a tecnologia vistas por uma perspectiva plural, diversa, interessada e dialógica, no sentido ampliado do termo.

A dialogia proposta refere-se a possibilidade da conversação complexa, engajada na transformação, a partir de um olhar para as categorias emergentes nos estudos do interagir e as visões plurais que a concretude de nossas atuações nas áreas de Computação, Comunicação, Educação, Design, Engenharia, Ciências Sociais, dentre muitas outras, nos propõe a questionar.

Os Estudos do Interagir (MERKLE, 2000) têm assumido uma perspectiva que engloba as áreas humanas, sociais, tecnológicas, científicas sobre o conceito de interação, delimitadas porém não limitadas a uma ou outra área do saber. Os produtos e serviços, softwares e hardwares, dispositivos e aplicativos, linguagens e códigos, como conjuntos de artefatos da cultura material e simbólica, têm produzido desdobramentos, assumindo papéis no contexto social e cultural de suas inserções e mediando relações pessoais de diversas naturezas.

Organizada pelo Grupo de Pesquisa Xuê do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade (PPGTE), da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Curitiba (PR), o evento tem como objetivo promover espaços de diálogo, interação e vivências que permitam uma integração da comunidade de pesquisa com os temas sobre a Interação Humano Computador, o Design de Interação e as tantas outras áreas.

Cada evento utiliza diferentes matrizes de pensamento. A primeira versão de 2018 foi orientada pelas perspectivas de Paulo Freire e de Álvaro Vieira Pinto, as vivências de teatro de Augusto Boal, dentre outras abordagens plurais para os estudos do interagir e outras fronteiras com a tecnologia e a sociedade.

Considerando o contexto histórico, social, cultural, político, ético, moral, pandêmico na qual o Brasil e o mundo se encontram, nesta edição, a matriz de pensamento proposto se liga aos estudos de poder e saber. Dessa forma o evento propõe levantar discussões sobre as esferas que tocam a tecnologia em suas institucionalidades acadêmicas ou para além destas. Seguindo os estudos sobre as identidades e subalternizações, que são geradas neste processo de construção performativo e interseccionado, e que influenciam as esferas de poder e saber.

Assim, questionamos: a partir de que contextos é possível fazer tecnologia? Que esferas são colocadas para fora destas permissões e acabam por ocupar espaços de precariedade e abjeção? Se for possível, quais seriam os caminhos para tensionar a binaridade destes discursos e compreender a implicação da existência de uma diversidade de esferas de poder e saber presentes também na construção tecnológica?

Quanto a identidade visual do evento, os fios desencapados e a existência de um provável curto-circuito, apresentados no indício de imagem de autoria de Olga Yastremska and Leonid Yastremskiy, são elementos gráficos de inspiração para continuidade de uma linguagem instituída na primeira edição de 2018, sobre a fotografia de Luiz Ernesto Merkle e arte de Claudia Bordin.

Se na primeira versão, evocamos o signo dos fios desencapados e da gambiarra como formas autênticas de um pensamento libertário e para a transformação, nesta edição pretendemos refletir sobre as conexões expostas e o que isso pode produzir (fogo – energia – transformação) como forma de pensar juntos sobre essa “queima” e sobre as potencialidades (e impotências) que ela nos submete enquanto pesquisadoras/es das relações do interagir humano e computacional.

O Grupo de Pesquisa XUÊ – Participação, Interação e Computação é formado por docentes, pesquisadores, estudantes de pós-graduação e graduação. Criado oficialmente em 2013, o grupo incorpora discussões nas áreas de CTS – Ciência, Tecnologia e Sociedade.

O evento será realizado exclusivamente online, em canais diversos de mídias sociais e de comunicação, por meio de website.

Comissão do evento:

Claudia Bordin Rodrigues da Silva (UTFPR – Campus Curitiba, DADIN);

Leander de Oliveira (UTFPR – Campus Curitiba, PPGTE; UTFPR – Campus Campo Mourão, DACOM);

Patricia Leite (UTFPR – Campus Curitiba, PPGTE);

Pricila Castelini (UTFPR – Campus Curitiba, PPGTE);

Rodrigo Freese Gonzatto (PUCPR – Campus Curitiba, Escola de Belas Artes).

Período de realização: 05 e 06 de novembro de 2020.

Realização

Logo do Grupo de Pesquisa Xuê: participação, interação e computação. Na esquerda da imagem está uma forma oval da cor laranja, com o texto "xuê" em branco. À direita o nome do grupo.
Logo do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade. Na imagem é exibida uma ilustração que parecem chamas na parte esquerda e à direita a sigla do nome do programa: PPGTE
Na imagem o nome da Universidade Tecnológica Federal do Paraná e sua sigla: UTFPR