Lives do CAUTEC via Youtube

Devido à pandemia do COVID-19, as atividades presenciais do CAUTEC foram suspensas. A partir disso os membros do clube passaram a realizar encontros virtuais para debater alguns assuntos em Lives. As Lives ocorrem todas as Segundas às 19h no canal do Youtube, que pode ser acessado clicando AQUI. Passamos também a realizar palestras ou conversas com alunos e/ou professores que estejam dando aulas na modalidade remota, caso tenha interesse em nos convidar para uma conversa, entre em contato por meio das redes sociais ou pelo email: cautecutfpr@gmail.com

Minicurso de Astronomia

O Minicurso de Astronomia, realizado entre os dias 20/08/2018 e 24/08/2018, foram palestras de divulgação científica levando um pouco da pesquisa para a comunidade em geral.

Essas palestras foram realizadas pelos professores pesquisadores na área de Astronomia da UTFPR, visando divulgar seus conhecimentos e o Programa de Mestrado em Física e Astronomia.

As palestras

O mini-auditório da UTFPR foi o local escolhido para o evento, limitando assim o número de inscritos que poderiam ter participado. A divulgação do Minicurso foi grande, chegando a mais de 650 pessoas interessadas em participar, porém devido ao local disponível para o evento só possuir 110 lugares, foi realizado um sorteio entre os interessados para determinar quem seriam os participantes.

As palestras ocorreram entre as 19:00 e 22:00, todas foram gravadas e estão disponíveis no Youtube (CLIQUE AQUI PARA ACESSAR).

Palestra 1: Formação do Sistema Solar e Exoplanetas

Data: 20/08/2018

Palestrantes: Profs. Felipe Braga Ribas e Marcelo Emílio

Palestra 2: Galáxias

Data: 21/08/2018

Palestrante: Prof. Rubens Machado

Palestra 3: Cosmologia e Buracos Negros

Data: 22/08/2018

Palestrante: Prof. Antônio Carlos Faria Jr.

Palestra 4: Física Solar

Data: 23/08/2018

Palestrante: Prof. Jean Carlo Santos

Palestra 5: Instrumentos da astronomia

Data: 24/08/2018

Palestrante: Prof. Alexandre Tuoto Mello

Astronomia na UTFPR

Astronomia na UTFPR é uma serie de palestras de divulgação científica, com viés de trazer um pouco da pesquisa para a comunidade em geral.

Essa série de palestras é uma iniciativa dos professores pesquisadores na área de Astronomia da UTFPR que visam divulgar um pouco os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo de pesquisa.

Horário: 19:30
Local: Auditório, sede Centro
Câmpus Curitiba

As palestras

Tais palestras atraíram um grande interesse do público, principalmente por meio da divulgação realizada pelo Facebook tanto na página do CAUTEC como na pagina do PPGFA. Os números de pessoas que assistiram as palestras não foi contabilizado de modo total, apenas foram obtidos dados dos que requisitaram anteriormente o certificado. Porém é sabido que houve um numero maior de participantes do que o contabilizado.

Cada palestra aconteceu em uma terça-feira diferente, abaixo é apresentado um resumo de cada palestra bem como o número de participantes que assinaram a lista para obter o certificado.

 

Palestra 1: Matéria escura em galáxias

Data: 10/10/2017

Palestrante: Prof. Dr. Rubens Machado

Na palestra foram apresentadas algumas características de galáxias espirais e discutiu-se sobre como se pode deduzir a presença de matéria escura, um dos principais mistérios da astrofísica atual. Sem essa matéria escura as galáxias, que são compostas de bilhões de estrelas, não poderiam existir de maneira estável no Universo.

Público assinante: 145 pessoas.

 

Palestra 2: Cinema e Astronomia: a órbita elíptica passada a limpo

Data: 17/10/2017

Palestrante: Prof. Dr. Mário Sérgio Freitas

Na palestra foi discutido a relação entre Arte e Astronomia, revelando as falhas do ponto de vista científico que filmes, como Alexandria (A. Almenabar, 2009) apresentam e se isto desabona ou não no seu valor artístico. No caso de Alexandria é retratado a descoberta dos antigos que a Terra descreve uma elipse no espaço, com base numa suposta variação observada no tamanho do Sol durante o ciclo das estações, relacionando os conhecimentos que temos de Arte e Astronomia.

Público assinante: 80 pessoas.

 

Palestra 3: Corpos gelados do Sistema Solar também possuem anéis!

Data: 24/10/2017

Palestrante: Prof. Dr. Felipe Braga Ribas

Na palestra são apresentadas as descobertas recentes de corpos pequenos do Sistema Solar que possuem anéis. Até 2013, sabíamos que todos os planetas gigantes tinham sistema de anéis, cada um do seu jeito. Foi em junho de 2013 que descobrimos que pequenos corpos do Sistema Solar também poderiam ter sistemas similares. Essa descoberta aconteceu numa observação de uma ocultação estelar, que mostrou que Chariklo, um corpo cerca de 500 vezes menor que Saturno, possui dois lindos anéis! E não é só, já sabemos que outros corpos pequenos possuem anéis.

Público assinante: 60 pessoas.

 

Desenvolvimentos recentes em Instrumentação para Astronomia

Data: 07/11/2017

Palestrante: Prof. Dr. Alexandre Mello

Na palestra são apresentados projetos em andamento, com participação brasileira, de Instrumentação para Astronomia, mais focado principalmente na chamada ótica adaptativa, uma ferramenta muito poderosa que está sendo implementada em todos os telescópios dessa geração e será fundamental para era dos telescópios gigantes (25–40 m de diâmetro).

Público assinante: 30 pessoas.

 

Educação em Astronomia

Data: 21/11/2017

Palestrante: Prof. Dr. Marcos Florczak

Na palestra foram abordados os conceitos de educação em Astronomia, relacionando os documentos oficiais sobre o tema e a formação de professores no Brasil, bem como a maneira que se dá a pesquisa em educação em Astronomia no Brasil e seus principais itens.

Público assinante: 30 pessoas.

Semana Mundial do Espaço

A Semana Mundial do Espaço é um evento mundial organizado em comemoração a data de lançamento do primeiro satélite artificial a orbitar a Terra, o satélite soviético Sputnik.

Tratam-se de 7 dias (4 à 10 de Outubro) em que uma grande comunidade de astrônomos, entusiastas, organizações, clubes e outros se organizam para divulgar e ensinar assuntos relacionados ao espaço. Neste ano o tema foi a exploração de novos mundos no espaço.

Nós do CAUTEC realizamos no dia 10 de Outubro um dia em comemoração a Semana Mundial do Espaço, realizando majoritariamente palestras informativas para o público aberto. O evento foi realizado principalmente no Auditório da UTFPR e contou com a presença de cerca de 80 pessoas. As palestras foram realizadas principalmente por membros do clube, divulgando assim o conhecimento que adquiriram ao longo do tempo e incentivando novas pessoas a participar do clube.

Minicurso 1: Foguetes de baixo custo

Professor: Lucas Luiz

No minicurso foram apresentados modelos de construção de foguetes de baixo custo, utilizando principalmente materiais recicláveis. Foi descrito também como se construir esses pequenos foguetes e utiliza-los para o ensino básico de astronáutica.

Público: 15 pessoas.

Minicurso 2: Calculos básicos para foguetes usando Kerbal Space Program

Professor: Wellington Ferrante

No minicurso foram apresentados os métodos de calcular o “delta v” proporcionado por um foguete, bem como qual a combinação mais interessante de estágios, em seguida utilizou-se o jogo Kerbal Space Program para realizar simulações e verificar a validade das equações.

Público: 20 pessoas.

Palestra 1: A Ficção científica no espaço

Palestrante: Prof. Dr. Bertoldo Schneider

Na palestra foram apresentadas as principais obras que tornaram a ficção científica tão popular e como ela levou diversas pessoas a se tornarem cientistas, foram apresentados também alguns erros comuns que aparecem nesse tipo de obra.

Público: 20 pessoas.

Palestra 2: Programa Espacial Brasileiro e principais pesquisas do INPE

Palestrante: Prof. Diego Braznick

Na palestra foi apresentado o que é o programa espacial brasileiro, bem como quais suas bases de lancamento e a importância delas para o Brasil. Foi discutido também sobre o incidente de Alcantara que acabou por matar diversos cientistas. Além disso foram apresentadas algumas das pequisas que o INPE realiza, principalmente voltadas ao espaço.

Público: 14 pessoas

Palestra 3: A história dos marcianos

Palestrante: Prof. Wellington Ferrante

Na palestra foi apresentado como se criou, ao longo da história, as hipóteses de vida em outros planetas e como Marte se tornou o principal objeto dessas especulações. Além de obras de ficção que tornaram esse imaginário de marcianos tão forte.

Público: 15 pessoas.

Palestra 4: Desmistificando os ET’s e OVNI’s

Palestrante: Profª. Camila Durdyn

Na palestra foram apresentados os principais efeitos que fazem as pessoas pensarem ter tido contato com ET’s ou OVNI’s, e como isso foi sendo criado no imaginário popular.

Público: 26 pessoas

Palestra 5: Comunicação com sondas via Rádio

Palestrante: Prof. Dr. Luciano Scandelari

Na palestra foi apresentado o modo pelo qual nos comunicamos com as sondas e satélites que estão no espaço, bem como as principais dificuldades e o que custo gerado para realizar tais comunicações.

Público: 16 pessoas.

Palestra 6: Viagens tripuladas e não tripuladas da exploração espacial

Palestrante: Prof. Vinicius Fochesatto

Na palestra foram apresentadas algumas das sondas, principalmente no começo da exploração espacial, e suas principais importâncias para a ciência.

Público: 23 pessoas.

Palestra 7: Missões a Marte: Cronologia e principais descobertas

Palestrante: Prof. Derlei Silva

Na palestra foram apresentadas a cronologia da exploração de Marte, mostrando as principais descobertas realizadas por cada missão, além de quais os principais planos para continuar a estudar tal planeta.

Público: 16 pessoas.

Dia do Asteroide

O Dia do Asteroide (Asteroid Day) é um evento mundial que visa a conscientização da população em geral para os asteroides e os perigos que eles podem trazer a vida na Terra.

A queda de asteroides pode passar desde simples queimas na atmosfera, meteoros (ou estrelas cadentes), até a criação de crateras ou mesmo a extinção em massa da vida na Terra, como no caso da extinção K-T (que extinguiu os dinossauros).

O evento foi realizado na UTFPR Curitiba, onde foram apresentadas palestras e videos informativos no mini-auditório enquanto na parte externa era realizada observação de mancha solar e outros objetos visíveis no momento, como a Lua. Foi realizada também a transmissão online das palestras pelo Youtube, disponível AQUI.

PALESTRAS

Palestra 1: Asteroides e perigos para vida na Terra
Professor: Wellington Gomes Ferrante
Graduando de Licenciatura em Física na UTFPR.
Resumo: Relembrando o maior evento recente de impacto na Terra (1908 em Tunguska) foi fundado o Dia do Asteroide, um evento mundial que visa alertar e ensinar sobre os possíveis perigos que os asteroides podem causar na vida da Terra. Nesta palestra foi abordada uma rápida história sobre a criação do dia do asteroide, os últimos grande eventos de impacto de asteroides, apresentação da classificação dos nomes de Asteroide, Meteoroide, Meteoro, Meteorito e outros. Apresentou-se também sobre os registros de asteroides no sistema solar e a quantidade de classificados como potencialmente perigosos, incluindo uma tabela com informações sobre a previsão de impacto com a Terra conforme o tamanho do asteroide e um pouco do histórico dessas colisões.
Público total: 09

Palestra 2: Caracterização Físico-Química de asteroides
Professor: Dr. Marcos Florczak
Professor de Física e astronomia do Departamento de Física da UTFPR e do programa de mestrado: Formação Científica, Educacional e Tecnológica – FCET. Doutor em Astronomia com publicações em astrofísica de pequenos corpos do Sistema Solar e atualmente trabalha com ensino e divulgação de astronomia.
Resumo: Asteroides são pequenos corpos do Sistema Solar que existem na região entre a órbita de Marte e Júpiter. Um dos métodos para estudo de sua composição Físico-Química foi a utilizada pelo palestrante em suas pesquisas, onde é captada e analisada, por meio de espectroscopia, a luz refletida pelos asteroides, de modo a poder identificar os principais componentes Químicos presentes em tais corpos.
Público total: 24

Palestra 3: Corpos menores do Sistema Solar
Professor: Dr. Felipe Braga Ribas
Professor de Física e astronomia do Departamento de Física da UTFPR. Ganhador do Grande Prêmio Capes de Tese 2014, é doutor pelo Observatório Nacional e Observatório de Paris. Em 2014 liderou publicação sobre a descoberta do primeiro sistema de anéis ao redor de um pequeno objeto do Sistema Solar.
Resumo: Os pequenos corpos do Sistema Solar são aqueles que orbitam o Sol e não entram na classificação de Satélites ou Planetas, sendo assim são a maior parte dos corpos (numericamente) existentes no Sistema Solar. Tais corpos possuem algumas principais classificações, dentre as quais entram os Asteroides, Centauros, Trans-netunianos e planetas anões. Um dos métodos atualmente mais utilizados para estudo de tais corpos é a Ocultação Estelar, da qual o palestrante é especialista, onde o objeto a ser estudado oculta uma estrela por um curto período de tempo e com um registro desse evento são realizadas as analises que podem até indicar a presença de anéis, como foi no caso da descoberta em 2014 dos anéis em Chariklo (um centauro).
Público total: 22

Palestra 4: Meteoritos no Brasil e no mundo
Palestrante: Derlei Jurandir da Silva
Resumo: Os meteoritos são os resquícios de asteroides que vieram a se chocar com a Terra, geralmente medindo alguns poucos centímetros, os meteoritos são de grande importância para o estudo da formação do Sistema Solar e também da formação da vida na Terra. Dentre os maiores meteoritos encontrados no mundo temos dois encontrados no Brasil, o Santa Catarina (que se desfragmentou em diversos pedaços durante sua queda) e o Bendegó (que se encontra no Museu Nacional no Rio de Janeiro). Já o maior meteorito do mundo, o Hoba, se encontra na Namíbia e não foi transportado do seu local de origem devido ao seu grande tamanho (2,7 x 2,7 x 0,9 m³).
Público total: 18

Os objetivos do projeto foram atingidos, possibilitando a divulgação de alguns conhecimentos sobre asteroides para um público leigo. Este público envolve alunos, funcionários e professores na UTFPR, assim como a comunidade interessada nos assuntos a serem ministrados.

Asteroide recebe nome de Professor da UTFPR

No dia 13 de abril, durante congresso internacional realizado em Montevidéu, Uruguai, o professor Dr. Felipe Braga Ribas foi homenageado por seus trabalhos, tendo o seu nome dado a um asteróide.

O congresso ACM (Asteroids, Comets and Meteors) ocorre trienalmente e reúne os principais pesquisadores na área de pequenos corpos do Sistema Solar (1), para apresentarem  os principais trabalhos da área, como por exemplo os resultados das sondas New Horizons, Dawn e Roseta. Os organizadores do ACM indicam para a União Astronômica Internacional nomes de alguns pesquisadores que tem contribuído significativamente para a àrea, para serem homenageados com os seus nomes dados à asteróides do Sistema Solar.

O Prof. Dr. Felipe Braga Ribas, trabalha na caracterização física de pequenos corpos, a partir da observação de ocultações estelares (2). É o autor líder do trabalho que descreve a descoberta do primeiro sistema de anéis ao redor de um pequeno corpo do sistema solar, o centauro (10199) Chariklo. Professor da UTFPR-Curitiba desde 2015, trabalha no Departamento Acadêmico de Física (DAFIS) e atua no Programa de Pós-Graduação em Física e Astronomia (PPGFA), além de coordenar o Clube de Astronomia da UTFPR (CAUTEC).

O asteroide (10999) Braga-Ribas, orbita o Sol entre Marte e Júpiter, no cinturão principal de asteróides,  a 2,6 ua (unidades astronômicas, distância média Terra ao Sol) e tem um tamanho estimado de 8 km. Foi descoberto em 1978 no monte Palomar, EUA, por Eleonor F. Helin  e Schelte J. Bus. As propriedades do objeto, junto com a justificativa para a homenagem, podem ser encontradas no site do Minor Planet Center, que gerencia estes objetos: http://www.minorplanetcenter.net/db_search/show_object?object_id=10999

(1) http://acm2017.uy

(2) http://www.sab-astro.org.br/brasileiros-detectam-aneis-ao-redor-centauro-chariklo/

(PPGFA) http://www.utfpr.edu.br/curitiba/estrutura-universitaria/diretorias/dirppg/programas/ppgfa/pagina-inicial

(CAUTEC) http://cautec.ct.utfpr.edu.br/

Eclipse Parcial do Sol

No dia 26 de Fevereiro de 2017, ocorreu um eclipse anular do Sol na região da Patagônia (Chile e Argentina), no Oceano Atlântico e na região “centro-Sul” da Africa. No Brasil o eclipse foi visível como parcial, nós do CAUTEC fizemos uma cobertura online do eclipse, através de uma transmissão ao vivo pelo Facebook e na praça 29 de Março.

Sobre o eclipse:

O eclipse acontece quando um corpo celeste gera sombra sobre outro, essa sombra pode ser tanto “umbra” como “penumbra”. A penumbra ocorre quando o corpo não gera uma sombra completa, ou seja, cobre apenas parcialmente a fonte de luz, a umbra por sua vez ocorre quando o corpo cobre totalmente a fonte de luz.

Dentro dos eclipses que podemos ver na Terra os principais são o Eclipse Lunar e o Eclipse Solar. No Lunar a sombra da Terra cobre a Lua, sendo visível para todo observador que puder ver a Lua no momento do evento, já o Solar é quando a Lua cobre o Sol, sendo visível apenas em uma região como total ou anular, e em uma grande área como parcial (abaixo explicamos melhor cada um destes três tipos de eclipse solar).

Os eclipses acontecem regularmente, podendo variar de quatro a sete eclipses dentro de um único ano (contando solares e lunares), isso acontece devido a inclinação que o plano da órbita da Lua tem em relação ao plano de órbita da Terra, pois se não houvesse essa inclinação existiriam eclipses solares em toda Lua Nova e eclipses Lunares em toda Lua Cheia. A figura a seguir ilustra melhor quando pode acontecer um eclipse, conforme a inclinação da Lua.

Os eclipses solares podem ser de três tipos: Totais, Anulares ou Parciais. Essa diferença acontece por conta da órbita da Lua, visto que ela é elíptica, permitindo que o tamanho angular da Lua varie, fazendo com que nem sempre a Lua chegue a cobrir todo o Sol.

O eclipse Total é quando o tamanho angular da Lua é igual ou maior que o tamanho angular do Sol, ou seja, temos a umbra atingindo determinada região da Terra, onde será possível a observação do eclipse solar total.

O eclipse solar anular é quando o tamanho angular da Lua é menor que do Sol, fazendo com que ele não seja totalmente coberto, ou seja, temos a região da antumbra atingindo determinada região da Terra, onde será possível observação do eclipse anular do Sol.

Já o eclipse solar parcial é em qualquer área próxima de eclises anulares ou solares, onde apenas parte da Lua cobre o Sol, reduzindo sua luminosidade, ou seja, temos a região da penumbra atingindo grande parte da Terra. A parcela coberta do Sol pela Lua varia conforme a posição do observador em relação ao ponto central do evento, onde quanto mais distante um observador está da região central menor a área do Sol coberta.

A NASA publicou um mapa e uma animação informativa sobre o eclipse, que pode ser vista a seguir.

Tal animação mostra a região de penumbra do eclipse, onde o ponto em preto é a região central do eclipse.

A melhor localização para observação do eclipse se deu no oceano Atlântico, onde a relação do tamanho angular entre a Lua e o Sol chegou a 0.992, enquanto na região da Argentina e Chile a relação era de aproximadamente 0.988. O resultado foi um evento com muitas pessoas, como relatado em vídeo pela CNN-Chile .

O eclipse com o CAUTEC

O CAUTEC realizou observações públicas na cidade de Curitiba buscando apresentar as pessoas o evento. Foram realizadas simultaneamente duas observações, uma na praça 29 de Março pelo Prof. Dr. Felipe Braga Ribas que levou seu telescópio ao local e apresentou as pessoas que passavam no local o eclipse, a outra observação ocorreu com uma transmissão online da casa de um dos membros do clube, Alexandre Crispim, que registrou todo o evento e conseguiu atingir um publico de mais de 30.000 pessoas, mostrando que as transmissões online podem ser uma ótima maneira de divulgar a astronomia.

Trânsito de Mercúrio

Mercúrio, o menor planeta do Sistema Solar, passará no dia 09 de maio de 2016, entre a Terra e o Sol, e o fenômeno será observado em sua totalidade de todo o Brasil. O trânsito também poderá ser visto do oeste e o norte da Europa, oeste da África do Norte, África Ocidental, Canadá, leste da América do Norte e grande parte da América Latina.

regiaoImagem 1 – regiões onde o trânsito será observado.

Confira a programação especial que será realizada na UTFPR Curitiba, para a cobertura do evento. Em caso de mal tempo, o evento será exibido no mini-auditório com o auxílio de transmissões online.

Tabela programação

As três últimas vezes que esse fenômeno aconteceu, foram em novembro de 1999, maio de 2003 e novembro de 2006. E os três próximos serão em novembro de 2019 (Visível do Brasil), novembro de 2032 e novembro de 2039.

Confira na tabela abaixo os principais horários do trânsito de 2016:

Tabela horarios

Em média, ocorrem 13 trânsitos de Mercúrio a cada século. Em comparação, os trânsitos de Vênus ocorrem aos pares, com uma separação de oito anos entre os dois eventos. Porém, mais de um século separa cada par de trânsitos. Uma das razões para esta frequência maior dos trânsitos de Mercúrio, é o período orbital de Mercúrio, que é mais curto que o de Vênus.

Como a órbita destes planetas são inclinadas em relação à órbita da Terra, elas só se cruzam numa linha, chamada de linha dos nodos. Os trânsitos planetários só podem ser observados quando a Terra e o planeta cruzam esta linha na mesma época.

orbitasImagem 2 – Ilustração do plano orbital da Terra e Mercúrio.

O trânsito astronômico é um fenômeno durante o qual um astro passa diante de outro maior, bloqueando em parcialmente sua visão. O tipo de trânsito mais conhecido, por ser espetacular visto da Terra, é o eclipse solar anular, no que é a Lua que cobre parcialmente o Sol. Ainda podem ser vistos trânsitos planetários no Sol, ou em exoplanetas.
Da Terra apenas os trânsitos planetários de Mercúrio e Vênus, podem ser observados. Estes trânsitos são de extrema importância já que tem ajudado a estudar o Sistema Solar, por exemplo: cálculo da Unidade Astronômica (UA), que é a distância média entre a Terra e o Sol, cálculo do diâmetro do Sol, descoberta e caracterização de exoplanetas, e o estudo da atmosfera em Vênus.

TransitoImagem 3 – Variação do fluxo de luz no tempo de uma estrela quando um corpo passa em frente.

PALESTRAS

Palestra 1: A importância do Trânsito de Mercúrio
Professor: Dr. Mário Sérgio T. Freitas
Professor de física do Departamento de Física da UTFPR. Doutor em Física pela Universidade Federal do Paraná, atualmente trabalha com projetos que envolvem Ciência e Arte, nas linhas de contextualização e interdisciplinaridade na formação de professores de Ciências.
Resumo: Em comemoração ao ano internacional da luz, conhecemos um pouco mais como a principal fonte de luz do sistema solar, o Sol, funciona. Entendemos como a energia é gerada no seu interior e transportada até a superfície solar. Utilizando imagens de satélites da NASA de última geração, enxergamos como a atmosfera solar parece em diferentes temperaturas e ver a multidão de fenômenos que lá ocorrem. Por fim, vimos os efeitos que o Sol pode ter sobre os planetas do sistema solar, principalmente sobre o nosso lar, a Terra.
Público total: 54
DAFIS: 17
UTFPR em geral (exceto DAFIS): 31
Externo: 6

Palestra 2: Fenômenos transitórios no Sistema Solar e Exoplanetas
Professor: Dr. Felipe Braga Ribas
Professor de física e astronomia do Departamento de Física da UTFPR. Ganhador do Grande Prêmio Capes de Tese 2014, é doutor pelo Observatório Nacional e Observatório de Paris. Em 2014 liderou publicação sobre a descoberta do primeiro sistema de anéis ao redor de um pequeno objeto do Sistema Solar.
Público total: 56
DAFIS: 16
UTFPR em geral (exceto DAFIS): 30
Externo: 10

Palestra 3: Determinando o tamanho do Sol com o trânsito de Mercúrio
Professor: Dr. Marcelo Emílio
Doutor em Astronomia pela Univesidade de São Paulo, Professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, desenvolve pesquisas em Astrometria Solar, Astrofísica Estelar, Física e educação em Astronomia.
Público total: 34
DAFIS: 19
UTFPR em geral (exceto DAFIS): 09
Externo: 06

Palestra 4: O CAUTEC nos trânsitos de Vênnus e Mercúrio
Professor: Dr. Bertoldo Schneider
Doutor em Engenharia Biomédica, Intrumentação pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, onde atua como docente. Tem publicações nas áreas de Eletrocirurgia, biotelemetria, instrumentação biomédica, entre outros. Foi coordenador do CAUTEC desde 1989.
Público total: 29
DAFIS: 15
UTFPR em geral (exceto DAFIS): 12
Externo: 02

Os objetivos do projeto foram atingidos, possibilitando a divulgação de alguns conhecimentos atuais de astronomia e astrofísica para um público leigo. Este público envolve alunos, funcionários e professores na UTFPR, assim como a comunidade interessada nos assuntos a serem ministrados.

O tempo não colaborou, não sendo possível a observação direta do trânsito, mas os telescópios ficaram montados durante o período do evento.

Projeto Luz e Astronomia na UTFPR

RESUMO

O ano de 2015 foi marcado por ser o Ano Internacional da Luz (AIL), determinado pela ONU em 2013. O AIL possui o objetivo de apresentar à sociedade a importância da luz no cotidiano e nas tecnologias óticas.

A Astronomia tem como fundamento de sua atividade científica a observação de objetos celestes. Essencialmente a fonte de informação para o estudo e análise destes objetos é a luz emitida ou refletida por estes objetos. Correspondendo a esta proposta o ciclo de palestras Luz e Astronomia na UTFPR apresentou a importância da Luz na ciência e tecnologia, como ela é usada na Astronomia e qual a importância destas descobertas.

O projeto destas palestras foi organizado pelo Laboratório de Astronomia e Astrofísica da UTFPR (LAUT), que conta em seu quadro de professores, astrônomos que desenvolvem pesquisas na área, possibilitando então, que estes profissionais levem um desafio à frente: levar à sociedade um pouco do conhecimento de astronomia, tirar dúvidas e despertar curiosidade no assunto.

Para contemplar tal objetivo definiram-se as palestras e quem as ministraria, sendo estas dispostas na tabela abaixo:

PALESTRA PROFESSOR
Uma Luz Sobre o Sol Dr. Jean Carlo Santos
Descoberta do Sistema de Anéis ao Redor do “Asteroide” Chariklo Dr. Felipe Braga Ribas
Iluminando o Lado Escuro do Universo Dr. Marlos de Oliveira Ribas
Cuidados com os Olhos nas Observações Solares Dr. Mário Sérgio Teixeira de Freitas
Telescópios Atuais e Futuros Dr. Alexandre J. Tuoto S. Mello
O Caso Plutão Dr. Marcos Antonio Florczak

PALESTRAS

Palestra 1: Uma Luz Sobre o Sol
Professor: Dr. Jean Carlo Santos
Professor de física do Departamento de Física da UTFPR. Doutor em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) com publicações em astrofísica Solar e atualmente trabalha com simulações magneto-hidrodinâmicas de plasmas espaciais.
Resumo: Em comemoração ao ano internacional da luz, conhecemos um pouco mais como a principal fonte de luz do sistema solar, o Sol, funciona. Entendemos como a energia é gerada no seu interior e transportada até a superfície solar. Utilizando imagens de satélites da NASA de última geração, enxergamos como a atmosfera solar parece em diferentes temperaturas e ver a multidão de fenômenos que lá ocorrem. Por fim, vimos os efeitos que o Sol pode ter sobre os planetas do sistema solar, principalmente sobre o nosso lar, a Terra.
Público total: 115
DAFIS: 47
UTFPR em geral (exceto DAFIS): 38
Externo: 0

Palestra 2: Descoberta do Sistema de Anéis ao Redor do “Asteroide” Chariklo
Professor: Dr. Felipe Braga Ribas
Professor de física e astronomia do Departamento de Física da UTFPR. Ganhador do Grande Prêmio Capes de Tese 2014, é doutor pelo Observatório Nacional e Observatório de Paris. Em 2014 liderou publicação sobre a descoberta do primeiro sistema de anéis ao redor de um pequeno objeto do Sistema Solar.
Resumo: Pesquisa liderada por brasileiro levou à descoberta do primeiro sistema de anéis ao redor de um pequeno objeto do Sistema Solar, característica só observada ao redor dos planetas gigantes, até agora. O objeto (10199) Chariklo é um centauro, um corpo tipo asteroide, que tem sua órbita entre Saturno e Urano. Mesmo com um diâmetro de apenas 250 Km, Chariklo possui dois anéis que o orbitam a cerca de 400 km. Os anéis, que são muito densos e confinados, possuem cerca de 7 e 3 km de largura e são separados por uma divisão de 9 km. Nesta palestra expliquei a técnica de ocultações estelares, que permitiu a descoberta, além das propriedades dos anéis, as implicações de sua presença, e possíveis cenários de origem.
Público total: 73
DAFIS: 39
UTFPR em geral (exceto DAFIS): 12
Externo: 22

Palestra 3: Iluminando o Lado Escuro do Universo
Professor: Dr. Marlos de Oliveira Ribas
Doutor em Física Teórica pela UFPR, Professor do Departamento de Física da UTFPR, desenvolve pesquisas em Cosmologia, modelando cenários inflacionários e energia escura.
Resumo: Nesta palestra descrevi a fase primordial do Universo, dando ênfase a necessidade de um regime inicial de expansão acelerada, necessária para resolver certos problemas no cenário padrão. Esta expansão acelerada, que durou um curto intervalo de tempo é conhecida como inflação. Após o regime inflacionário o Universo entra em um regime desacelerado onde as ideias do modelo padrão, isto é, do Big-Bang são válidas. Outro ponto que foi discutido é o fato observacional, que por volta de 5 bilhões de anos atrás, o Universo entrou em um regime de expansão acelerada. Acredita-se que o Universo atualmente é dominado por uma exótica forma de energia, batizada de energia escura, cuja constituição não é ainda conhecida. Discutimos então as alternativas na descrição do campo, responsável por esta atual característica do Universo.
Público total: 45
DAFIS: 20
UTFPR em geral (exceto DAFIS): 5
Externo: 20

Palestra 4: Cuidados com os Olhos nas Observações Solares
Professor: Dr. Mário Sérgio Teixeira de Freitas
Doutor em Física atua na UTFPR-Curitiba como docente de graduação e de pós-graduação. Tem publicações nas áreas de Ciência e Arte, Ensino de Ciências, e Dinâmica Não-Linear. Participou da organização de eventos na área de divulgação da Astronomia. Teve trabalhos de fotografia envolvendo Ciência e Arte, aceitos para publicação em sites internacionais ligados à divulgação científica.
Resumo: Existem diversos fenômenos astronômicos possíveis de se observar no disco solar, inclusive acessíveis a um leigo interessado. No entanto, nem todas as fontes de informação são confiáveis, quando se trata do uso de filtros ou de métodos de projeção, principalmente quando está envolvido um pequeno telescópio. Com a devida fundamentação científica, aqui foram divulgados procedimentos seguros para observar o sol, assim como um apanhado sobre alguns dos fenômenos mais conhecidos.
Público total: 46
DAFIS: 17
UTFPR em geral (exceto DAFIS): 4
Externo: 25

Palestra 5: Telescópios Atuais e Futuros
Professor: Dr. Alexandre J. Tuoto S. Mello
Professor do departamento de Engenharia Elétrica (DAELT), formado em Engenharia Eletrônica pela UTFPR e Doutor Física na modalidade Astrofísica pela UFSC. Atualmente realiza pesquisa no desenvolvimento de instrumentos para astronomia.
Resumo: Um panorama dos telescópios profissionais em uso no Brasil e no mundo e suas tecnologias. A participação brasileira na astronomia e no desenvolvimento de instrumentação astronômica. Os desafios encontrados na astronomia profissional e perspectivas futuras no projeto de telescópios gigantes de nova geração.

Público total: 34
DAFIS: 14
UTFPR em geral (exceto DAFIS): 17
Externo: 3

Palestra 6: O Caso Plutão
Professor: Dr. Marcos Antonio Florczak
Professor de física e astronomia do Departamento de Física da UTFPR e do programa de mestrado: Formação Científica, Educacional e Tecnológica – FCET. Doutor em Astronomia com publicações em astrofísica de pequenos corpos do Sistema Solar e atualmente trabalha com ensino e divulgação de astronomia.
Resumo: Até 2006 Plutão fazia parte do conjunto de objetos do Sistema Solar conhecido como planetas e atualmente ele foi reclassificado como planeta-anão. Nesta palestra mostraremos que o nosso Sistema Planetário é constituído por uma quantidade muito grande de objetos com características físicas e orbitais diferentes, e uma dessas novas classificações se refere aos planetas anões.
Público total: 36
DAFIS: 16
UTFPR em geral (exceto DAFIS): 5
Externo: 15

Os objetivos do projeto foram atingidos, possibilitando a divulgação de alguns conhecimentos atuais de astronomia e astrofísica para um público leigo. Este público envolve alunos, funcionários e professores na UTFPR, assim como a comunidade interessada nos assuntos a serem ministrados.

O ciclo de palestra contou com a participação de um total de 349 pessoas, sendo deste total, 153 do DAFIS (Departamento Acadêmico de Física), 81 espectadores da UTFPR em geral, exceto DAFIS, e ainda contou com um público externo de 85 pessoas, este público refere-se a alunos de outras instituições, tanto públicas quanto privadas, graduandos ou não e civis em geral.

Iniciante: aprenda tudo o que você pode ver com um telescópio

Uma das primeiras perguntas feitas pelos candidatos à compra de um telescópio é sobre o que será possível ver através da ocular. Perguntas como “o que vai dar pra ver?” ou “dá pra ver Júpiter e as estrelas?” são as mais comuns e deixam qualquer principiante completamente perdido ante a compra de um instrumento.

Star Party - Reuniao de astronomos para ver o ceu
Star Party – Reunião de astrônomos para ver o céuAntes de qualquer coisa é muito importante saber que nenhum telescópio existente é capaz de fornecer as mesmas imagens que acompanham as embalagens dos produtos ou aquelas cenas deslumbrante vistas na internet ou na televisão. Nem mesmo o telescópio espacial Hubble é capaz de obter paisagens tão impressionantes.

Essas imagens são fruto de longas exposições fotográficas onde uma mesma área do espaço é registrada por horas, dias e até mesmo meses, produzindo diversas cenas que são depois somadas, ou como se diz no linguajar astronômico, “empilhadas”.

Outro detalhe que precisa ser lembrado é que quando observadas através da ocular, ao contrário do que se pensa as estrelas não aumentam de tamanho. Elas apenas brilham mais. Isso faz com que as estrelas antes invisíveis tenham seu brilho aumentado e possam ser vistas e estudadas. Os planetas, ao contrário das estrelas, parecem maiores e suas formas arredondadas podem ser percebidas com maior facilidade.

Como o telescópio amplifica o brilho dos objetos, aglomerados estelares e nebulosas de gás completamente imperceptíveis aos olhos humanos passam a serem visíveis, podendo revelar detalhes muito interessantes de serem analisados.

Poder de Resolução
Antes de esclarecer o que pode ser visto através do telescópio, é importante conhecer um parâmetro muito importante sobre o aparelho visual humano chamado Poder de Resolução.

Experimente desenhar dois pequenos pontos, bem próximos um do outro, em uma folha de papel. Pregue esta folha na parede e afaste-se dela até não conseguir mais distinguir um ponto do outro. Quando isso acontecer a distância angular entre os dois pontos será de aproximadamente 2 minutos de arco, ou 2′.

Esse valor é típico da vista humana normal e significa que dois objetos com distância angular inferior a esta serão percebidos pelos olhos como um objeto único. Algumas pessoas com excelente visão conseguem distinguir pontos mais próximos, de aproximadamente 30 segundos de arco (quatro vezes melhor), mas são exceções.

Estrelas Duplas
No céu existem milhares de estrelas visualmente muito próximas entre si e devido à limitação explicada acima elas se parecem como um único ponto. O exemplo mais famoso é a estrela Alpha Centauri, localizada a leste do Cruzeiro do Sul.

Vista sem o uso de instrumentos Alpha Centauri é um ponto bastante brilhante, mas quando observada através de um pequeno telescópio percebe-se claramente que não se trata de uma única estrela, mas sim de duas, Alpha Centauri A e B.

Se olharmos este mesmo conjunto de duas estrelas com um telescópio dotado de uma objetiva maior, veremos que existe outra estrela próxima a ele, Alpha Centauri C, também chamada de Próxima Centauri.

Com deu pra perceber, o poder de separação de um telescópio cresce proporcionalmente com o diâmetro da objetiva principal. Uma objetiva de 100 milímetros (10 cm) de diâmetro tem um poder de resolução de 1 segundo de arco (1”), ou seja, é 120 vezes melhor que nossa vista. Em outras palavras, com um telescópio de 100 milímetros de abertura é possível “resolver” uma separação angular de apenas 1 segundo de arco, 120 vezes mais “colados” do que aqueles que conseguimos ver com nossos olhos.

Resumindo, um telescópio melhora a capacidade do olho em resolver sistemas muito próximos, permitindo observar detalhes completamente impossíveis de serem vistos sem o uso de instrumentos, separando objetos que à vista desarmada pareceriam um único ponto.

Magnitude Visual
Outro detalhe importante que o principiante deve conhecer se refere ao brilho dos objetos, medido em magnitudes. Nesse sistema, inventado pelo grego Hiparco no ano de 129 a.C, quanto maior a magnitude de uma estrela, menor será o seu brilho. Assim, estrelas com magnitudes negativas serão mais brilhantes do que aquelas com magnitude positiva. Veja alguns exemplos:

Brilho da Lua Cheia: magnitude de -13
Estrela Sirius, a mais brilhante do céu: Magnitude -1.45
Limite da visão humana: +6
Binóculo de 50 mm: +9
Plutão: +15.1
Limite dos maiores telescópios terrestres: +28
Limite do telescópio Hubble: +30

Pela tabela acima é fácil constatar que nenhum objeto com magnitude superior a +6 pode ser visto pelo olho humano, mas um pequeno binóculo de 50 milímetros já permite ampliar este limite para 9 magnitudes, um brilho 15 vezes mais fraco!

O que dá pra ver?
Como explicado, o que realmente dá poder a um telescópio é sua “abertura”. No caso dos telescópios refratores, aqueles formados por lentes, essa “abertura” é o próprio diâmetro da lente que fica à frente do instrumento, chamada de objetiva. Nos telescópios refletores essa “abertura” é dada pelo diâmetro do espelho principal. Quanto maior a abertura, mais luz se pode captar, além de permitir maiores aumentos.

Ampliação
E não se esqueça: o aumento máximo permitido por um telescópio é o dobro da sua abertura. Assim, um telescópio de 60 milímetros de abertura proporciona no máximo 120 vezes de aumento, enquanto um com 200 milímetros permite aumentos de até 400 vezes. Isso significa que telescópios com 60 milímetros de abertura não conseguem aumentar 700 vezes!

Exemplos Práticos
A tabela abaixo mostra o que se pode ver com diversos tipos de telescópios, levando-se em conta que os mesmos estejam instalados em local escuro e longe de fontes de poluição luminosa e atmosférica.

atenção: Nunca olhe para o Sol sem filtro de proteção, com ou sem telescópio – Risco de cegueira.


Telescópio Refrator de 50 milímetros
Com este simples telescópio já é possível observar estrelas de 9 magnitudes, além de permitir os primeiros estudos topográficos daLua. Também é possível fazer observações das manchas solares e de suas fáculas (material luminoso que se observa nas imediações da mancha), desde que o instrumento esteja equipado com filtro ou anteparo de observação solar.
A observação de Júpiter também se mostra interessante. É possível perceber o achatamento polar do planeta e ver com facilidade seus quatro principais satélites. A observação de Vênus permite o estudo de suas fases e apontando as lentes para Saturno é possível perceber seus anéis, mas forma minúscula. Marte é uma pequena bolinha, quase sem definição.Um instrumento de 50 milímetros permite distinguir estrelas duplas com separação de 5 segundos e contemplar alguns aglomerados como as Plêiades, Híades e também a nebulosa de Órion M42.
Telescópio Refletor de 60 milímetros
Este é um típico instrumento popular e apesar da pequena diferença com relação ao modelo anterior, com ele já é possível ver estrelas de 10 magnitudes e resolver sistemas duplos com separação de 3 segundos de arco. Apontando a objetiva paraSaturno já é possível ver Titã, seu principal satélite, embora o planeta apareça bem pequeno e se assemelhe a uma micro miniatura.A Lua se mostra ligeiramente mais interessante e suas crateras apresentam mais detalhes do que vistas em um instrumento de 50 milímetros. Detalhes das sombras lunares já chamam a atenção e os relevos das bordas do disco lunar são claramente notados. Não existe muita diferença ao se observar Marte ou Vênus e ambos se parecem como bolinhas arredondadas. Mesmo assim já é possível perceber as fases venusianas.

Telescópio Refrator de 75 milímetros
Um interessante instrumento de baixo custo, mas bem superior aos modelos de 50 e 60 milímetros. Com ele ja dá para ver estrelas de 11 magnitudes e separar objetos distanciados por até 2 segundos de arco. Em Marte as calotas polares já são distinguidas como um pequeno ponto branco sobre a borda avermelhada do planeta e já é possível reconhecer a região de Syrtis Magna. Em um telescópio de 75 milímetros Marte ainda se parece com uma pequena bolinha avermelhada.

Júpiter começa a revelar alguns detalhes impossíveis de serem visto com telescópios menores e o ligeiro aumento na objetiva ja permite que o observador perceba asfaixas equatoriais do gigante gasoso. Em Saturno os detalhes também começam a despontar e a divisão de Cassini em seus anéis também começa a ser vista, se bem que de forma bem tênue. Os quatro satélites, Titã, Rhéa, Japeto e Thetis finalmente podem ser observados com facilidade e são vistos como pequenos pontos luminosos.

Telescópio Refrator de 95 milímetros
Superior ao modelo anterior permite observar objetos celestes de 11.5 magnitudes e desdobrar estrelas com 1.5 segundo de arco de separação. O instrumento também capacita o astrônomo a detalhar melhor os discos planetários e as sombras das manchas solares. Devido ao maior diâmetro da objetiva os aglomerados estelares se tornam mais nítidos e mais fáceis de serem contemplados.

Telescópio Refrator de 110 milímetros ou Refletor de 120 milímetros
Telescópios ideais para os amadores que já adquiriam experiência com modelos menores. Permitem ver objetos de magnitude 12 e separar sistemas estelares com 1.5 segundo de distância entre suas componentes. Quando em oposição favorável permite até mesmo vislumbrar algumas particularidades topográficas de Marte.Na Lua, as ranhuras da superfície passam a ser perceptíveis. Em Júpiter, os detalhes das faixas se tornam mais claros e em Saturno é possível reconhecer seu anel sombrio. O aumento da objetiva em relação ao modelo de 95 milímetros revela mais um satélite ao redor de Saturno: Dionéia.

A nebulosa de Lyra, muito apagada nos outros instrumentos, ganha vida neste instrumento.

Telescópio Refletor de 150 milímetros
Objetos muito escuros, da ordem de 13 magnitudes passam a ser observáveis. Permite também a identificação de algumas manchas aleatórias nos discos planetários de Mercúrio e Vênus, além do estudo das variações de tonalidades e dos aspectos lunares.Em Marte é possível perceber as variações que ocorrem nas calotas polares enquanto as faixas deJúpiter são vistas com bastante nitidez. Um telescópio desse porte também permite a separação de estrelas com menos de 0.8 segundos e os aglomerados mais difíceis de serem vistos já apresentam suas feições típicas.

Utilizando uma ocular de aumento médio alguns detalhes de Urano começam a ser visíveis, embora o planeta seja apenas um difuso disco planetário. Isso ajuda a distingui-lo entre o fundo estelar mas nenhum de seus satélites ainda pode ser visto.

Telescópio Refletor de 200 milímetros
Um excelente instrumento para o amador sério que deseja ampliar seus conhecimentos.O grande diâmetro do espelho capacita o astrônomo a ver os objetos do céu profundo, conhecidos por DSO, ou Deep Sky objects com mais de 13.5 magnitudes. Astrofotografias de alta resolução dos planetas e satélites já fornecem resultados de grande qualidade técnica.
Telescópio Refletor de 300 milímetros
Sonho de consumo da grande maioria dos astrônomos amadores, um refletor de 300 milímetros permite com folga as observações dos satélites de Urano e de Tritão, satélite deNetuno, além de poder desdobrar sistemas de 0.4 segundos de arco. Seu grande tamanho permite que objetos de 14 magnitudes possam ser vistos. Mesmo assim, qualquer tentativa de observar Plutão será fadada ao fracasso, uma vez que o planeta-anão tem brilho de apenas 15.1 magnitudes.

Astrofotografias digitais e registros espectrográficos feitos com um telescópio de 300 milímetros dotado de acompanhamento automático permitem o estudo sério de inúmeros detalhes das superfícies e atmosferas dos planetas.


A Nebulosa Helix, registrada pelo telescópio Espacial Hubble e pelo telescópio do Observatório Interameircano de Cerro Tololo, no Chile. Fotos desse tipo são feitas com diversos dias de captação de luz. Crédito: NASA/ESA. Na sequência vemos a estrela Rigil Kent, a Alfa do Centauro. Com um telescópio é possível ver que não se trata de apenas um estrela, mas de um sistema estelar triplo. Por últimos vemos alguns tipos de telescópios encontrados no mercado.

FONTE: http://www.apolo11.com/curiosidades.php?posic=dat_20090309-093428.inc

Clube da Astronomia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná