Módulo de habilitação completo (básico)
Abaixo há uma série de vídeo aulas com 8 episódios, elaboradas por Renan Portella, voltada para usuários e usuárias do PROTO. Alternativamente, para acesso à Playlist completa dos vídeos desse módulo diretamente na plataforma do YouTube, clique aqui. Após cada um dos vídeos nesta página e no corpo dos vídeos do YouTube há instruções em texto de leitura recomendada para fixação ou revisão textual do roteiro dos vídeos.
Após assistir a série completa dos vídeos, por favor preencha o formulário para avaliação do curso.
Revisão da Aula 1 – INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo ao módulo de treinamento e habilitação para impressão 3D do PROTO. Meu nome é Renan Portella e o objetivo deste material é apresentar os conceitos essenciais para que você possa operar as impressoras disponíveis no laboratório.
O PROTO é o Laboratório de Prototipagem e Engenharia Reversa da UTFPR – localizado na sala 205 do bloco M do campus Ecoville, Curitiba. Este espaço foi criado para que alunos e membros da comunidade externa possam transformar suas ideias em protótipos, contando com ferramentas e tecnologias adequadas para que seus projetos saiam do papel.
Idealizado pelo departamento de projetos do campus – e inicialmente estruturado pelo acadêmico Breno Weigert – o PROTO vem sendo continuamente aprimorado com a colaboração de professores, estudantes e demais parceiros. Hoje, conta também com a sua participação para dar continuidade a essa história.
O laboratório reúne diversos recursos, incluindo furadeiras de bancada, morsa, corte a laser e, em especial, as impressoras 3D, foco deste treinamento. O PROTO é um espaço aberto e voltado para a prática — um ambiente hands-on, no qual o usuário é incentivado a colocar a mão na massa. Para garantir o bom uso dos equipamentos, é necessário um nível básico de capacitação, que permitirá o uso das ferramentas sob supervisão de um monitor, sem que ele precise executar todo o processo por você.
Este módulo é composto por um material escrito e por uma série de vídeos que abordam os principais tópicos necessários para iniciar a impressão 3D. É fundamental que você acompanhe atentamente o conteúdo, elaborado para promover o seu aprendizado e, ao mesmo tempo, assegurar a preservação dos equipamentos, que são bens públicos e precisam ser mantidos em pleno funcionamento.
Em caso de dúvidas, sinta-se à vontade para entrar em contato com os responsáveis pelo laboratório. No próximo vídeo, apresentaremos as regras básicas e as premissas de utilização do PROTO, que certamente esclarecerão eventuais questões iniciais.
Obrigado pela atenção e seja bem-vindo ao PROTO.
Revisão da Aula 2 – PREMISSAS E BOAS PRÁTICAS
Bem-vindo ao segundo vídeo do treinamento do PROTO. Nesta etapa são apresentadas as premissas do curso, as regras de funcionamento do laboratório e as boas práticas que todos os usuários devem observar durante o uso do espaço.
O treinamento tem caráter prático e direto: o foco está em “o que fazer” e “como fazer”. Para quem deseja aprofundar-se na base teórica da manufatura aditiva, recomenda-se a disciplina optativa de Manufatura Aditiva do DAMEC. Além disso, os manuais técnicos dos fabricantes das impressoras estão disponíveis nas bancadas e devem ser consultados na primeira visita ao laboratório, pois contêm instruções complementares a este módulo.
O PROTO é um ambiente em constante evolução e seus procedimentos podem ser atualizados a partir da experiência prática dos usuários. Por isso, cabe ao usuário manter-se informado quanto às orientações mais recentes, seja consultando os monitores, presencialmente no laboratório, seja acessando o site oficial: utfpr.curitiba.com/proto. Todo uso do laboratório deve ser previamente agendado por meio desse site para garantir a disponibilidade dos recursos.
Segurança e Boas Práticas
A TV do laboratório exibe continuamente as normas de segurança; é indispensável observar esses avisos. As impressoras 3D operam com temperaturas elevadas, portanto é fundamental evitar contato com o bico extrusor e a mesa aquecida.
O laboratório também abriga outras ferramentas, o que exige atenção constante. As boas práticas de uso incluem:
- Zeladoria: encontrou limpo, devolva limpo. Se encontrou sujo, comunique ao monitor, limpe e deixe em boas condições.
- Inspeção prévia: antes de iniciar a impressão, verifique o estado da impressora — bico limpo, mesa íntegra e cabo de força bem conectado. Caso identifique anormalidades, acione um monitor.
- Acompanhamento inicial: é obrigatório acompanhar os primeiros minutos de impressão, especialmente a formação da base. Uma falha na primeira camada compromete toda a peça.
- Responsabilidade pela peça: em impressões longas, é permitido ausentar-se, mas a peça é de responsabilidade do usuário. Retire-a ao término e respeite o horário de agendamento. Impressões que ultrapassem 24 horas ou ocorram durante a madrugada não são permitidas, salvo exceções autorizadas por monitor ou professor.
- Remoção segura: aguarde o resfriamento da peça e da mesa antes de removê-la. Utilize a espátula com cuidado, preferencialmente as espátulas impressas no próprio laboratório, evitando danos à mesa.
- Desligamento: desligue a impressora conforme o procedimento recomendado pelo fabricante. Organização de Arquivos e Filamentos
- Nomeie os arquivos G-code com três letras (por exemplo, suas iniciais) seguidas do nome do objeto, para facilitar a identificação quando houver vários arquivos no mesmo dia.
- Apague os arquivos após o uso para não prejudicar outros usuários.
- Siga as orientações vigentes quanto ao armazenamento e à remoção de filamentos.
Em alguns casos, não será necessário remover o filamento para o próximo agendamento; verifique sempre com o monitor o procedimento atualizado.
O PROTO é um espaço colaborativo e em constante aprimoramento. O cumprimento dessas boas práticas é fundamental para garantir a segurança, a preservação dos equipamentos e a qualidade da experiência de todos os usuários.
Revisão da Aula 3 – PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO E PARTICULARIDADES
O PROTO conta atualmente com seis impressoras 3D de tecnologia FDM (Fused Deposition Modeling), sendo quatro unidades do modelo Ender 3 Max Neo e duas unidades do modelo Ender 5 Pro. Ambas operam segundo o mesmo princípio: um filamento termoplástico é aquecido até o ponto de fusão e depositado camada por camada, construindo gradualmente o objeto tridimensional.
Subsistemas principais
Para que a peça seja formada com precisão, as impressoras possuem diversos subsistemas essenciais:
- Extrusora – é o mecanismo que traciona o filamento do carretel e o conduz até o bico de impressão. Existem dois modos principais de extrusão: Direct Drive, em que a extrusora é acoplada diretamente ao cabeçote de impressão, e Bowden, no qual a extrusora fica afastada, ligada ao hotend por um tubo de PTFE. No PROTO, as impressoras utilizam o sistema Bowden, facilmente identificado pelo tubo branco que conecta a extrusora ao cabeçote.
- Cabeçote de impressão – reúne o hotend, o bico e os sistemas de resfriamento (coolers).
- O hotend é o bloco metálico onde o filamento é fundido antes de ser extrudado.
- O bico (nozzle), geralmente de 0,4 mm de diâmetro, é a saída por onde o material derretido é depositado.
- Mesa aquecida – a base de impressão que recebe o material extrudado. O aquecimento da mesa melhora a adesão da primeira camada e reduz deformações durante a impressão.
- Além desses elementos, as impressoras contam com sensores, ventiladores e outros componentes auxiliares que contribuem para a estabilidade do processo.
Sistemas de controle
O funcionamento coordenado da impressora é garantido por sistemas mecânicos e eletrônicos:
- Motores de passo – responsáveis pelo movimento preciso dos eixos X, Y e Z, garantindo o posicionamento do cabeçote ou da mesa conforme o modelo da impressora. Correias com ajuste manual asseguram a precisão dos movimentos e devem ser tensionadas de forma firme, mas com elasticidade suficiente para evitar desgaste prematuro.
- Placa-mãe – interpreta o arquivo G-code gerado pelo software fatiador e converte essas instruções em sinais de comando para os motores e para a extrusora, controlando temperatura, velocidade e deslocamentos.
- Interface homem-máquina (HMI) – normalmente uma tela LCD ou touch, permite ao usuário iniciar impressões, monitorar temperaturas e acompanhar o progresso da peça.
Particularidades – Ender 3 Max Neo
A Ender 3 Max Neo é uma evolução da Ender 3, com melhorias importantes:
- Sensor de quebra de filamento, que pausa a impressão em caso de término do material.
- Autonivelamento (CR Touch), que mapeia a mesa em vários pontos e ajusta automaticamente a altura do bico.
- Volume de impressão: 300 × 300 × 320 mm.
Nos movimentos:
- Eixo X – deslocamento lateral do bico.
- Eixo Y – movimento da mesa.
- Eixo Z – movimento vertical do conjunto do bico.
O modelo possui tensionadores de correia ajustáveis nas extremidades dos eixos. Correias frouxas podem provocar perda de passos ou irregularidades nas camadas; correias excessivamente tensionadas aceleram o desgaste de polias e motores. O ideal é mantê-las firmes, porém elásticas ao toque.
O painel de controle possui menus para:
- Imprimir – seleção do arquivo G-code.
- Preparar – aquecimento pré-definido para diferentes filamentos e comandos básicos de movimentação e auto home.
- Controle – movimentação individual de eixos e ajuste manual de temperaturas.
- Nivelamento – execução automática do processo de nivelamento.
Particularidades – Ender 5 Pro
A Ender 5 Pro apresenta um design em forma de cubo, baseado em um sistema do tipo CoreXY invertido. Nesse arranjo:
- A base sobe (eixo Z) enquanto o bico se desloca nos eixos X e Y, conferindo maior estabilidade a peças altas.
- O sistema de movimentação é silencioso e adequado para uso prolongado em ambientes de trabalho.
- Volume de impressão: 220 × 220 × 300 mm.
O display oferece:
- Tela principal com informações gerais.
- Menu de movimentação para mover eixos individuais, com autohome e liberação/trava para movimentação manual.
- Menu de temperatura para ajustes manuais ou aquecimento pré-definido.
- Menu de configurações avançadas, pouco utilizado no dia a dia.
O conhecimento desses componentes e das particularidades de cada modelo é essencial para operar as impressoras com segurança, extrair o máximo de qualidade das peças e assegurar a durabilidade dos equipamentos.
Revisão da Aula 4 – TIPOS DE FILAMENTO
Neste vídeo, apresentaremos os principais tipos de filamento para impressão 3D FDM: PLA, PETG, ABS e TPU — suas características, vantagens, limitações e recomendações de uso.
O PLA é um termoplástico de base renovável, obtido a partir de matérias-primas como milho ou cana-de-açúcar, que se destaca pela facilidade de impressão, boa adesão entre camadas e baixa propensão ao empenamento. Normalmente imprime-se com temperatura de extrusão entre 190 °C e 210 °C e mesa aquecida entre 50 °C e 60 °C. Possui baixa temperatura de transição vítrea, em torno de 55 a 60 °C, o que limita seu uso em ambientes de alta temperatura. O armazenamento deve ser feito em local seco, preferencialmente com sílica gel, para evitar absorção de umidade.
O PETG combina resistência mecânica moderada e relativa facilidade de impressão. Trata-se de um PET modificado com glicol, que reduz a cristalização e aumenta a ductilidade. Recomenda-se imprimir com bico entre 220 °C e 250 °C e mesa entre 70 °C e 90 °C. O PETG apresenta baixa retração em comparação ao ABS e boa resistência a impactos e aos raios UV, mas pode apresentar stringing se as configurações de retração não forem ajustadas. É bastante sensível à umidade e deve ser armazenado em recipientes herméticos com sílica.
O ABS oferece elevada resistência mecânica e térmica, com temperatura de deflexão térmica próxima de 90 °C. No entanto, é suscetível a empenamento e requer ambiente fechado e ventilação adequada, pois libera vapores durante a impressão. Recomenda-se temperatura de extrusão entre 230 °C e 250 °C e mesa aquecida entre 90 °C e 110 °C. O armazenamento deve ser em local seco e hermético, com sílica ou vácuo.
O TPU é um poliuretano termoplástico flexível e elástico, ideal para peças que necessitam de deformação e retorno à forma, como juntas e capas protetoras. Imprime-se com temperatura de extrusão entre 220 °C e 240 °C e mesa entre 30 °C e 60 °C. Por sua flexibilidade, o TPU exige maior cuidado no ajuste da impressora, principalmente em sistemas Bowden, e é extremamente higroscópico, devendo ser armazenado em recipientes herméticos com agente dessecante.
No PROTO, recomenda-se o uso predominante de PLA pela previsibilidade e facilidade de impressão. O PETG e o TPU podem ser utilizados conforme disponibilidade e experiência do usuário, enquanto o ABS requer infraestrutura de controle térmico e ventilação que atualmente não está habilitada.
Revisão da Aula 5 – FATIADOR (SLICER)
A impressão 3D não se inicia apenas ao ligar a impressora. Antes que qualquer peça seja materializada, é necessário converter o modelo digital em um conjunto de instruções que a máquina possa interpretar. Essa conversão é realizada por um software denominado fatiador (slicer). O fatiador processa o arquivo 3D — comumente em formatos como STL ou 3MF — e o “fatia” em camadas sucessivas, gerando o caminho que o bico extrusor deve percorrer, bem como as velocidades de deslocamento e extrusão, as temperaturas e outros parâmetros operacionais. O resultado é um arquivo no formato G-code, linguagem de comando lida diretamente pelo firmware da impressora para executar os movimentos.
Diversos fatiadores estão disponíveis no mercado, como Ultimaker Cura, PrusaSlicer e Simplify3D. Embora apresentem interfaces e recursos distintos, todos seguem a mesma lógica de operação. Em geral, o fluxo de trabalho inicia com a importação do modelo 3D, seguido do ajuste de posição, escala e orientação, garantindo o correto apoio na mesa de impressão. Em seguida, configuram-se os parâmetros de impressão e, por fim, gera-se o arquivo G-code, que pode ser transferido para a impressora via cartão SD, pendrive ou conexão direta (Ngo et al., 2018).
Entre as opções disponíveis, o Ultimaker Cura se destaca por ser gratuito, de código aberto e compatível com uma ampla variedade de impressoras FDM, não apenas da marca Ultimaker. O software oferece perfis prontos para diferentes máquinas e materiais, além de permitir ajustes avançados para usuários experientes.
Ao abrir o Cura, observa-se uma interface central para visualização do modelo e um painel lateral com abas de configuração que controlam cada aspecto da impressão. A seguir, destacam-se os principais parâmetros:
- Quality – Define a altura de camada, isto é, a espessura de cada deposição. Camadas mais finas (por exemplo, 0,1 mm) proporcionam melhor acabamento superficial, com detalhes mais nítidos e linhas menos perceptíveis, mas aumentam o tempo de impressão. Camadas mais grossas (por exemplo, 0,3 mm) reduzem o tempo, porém tornam as marcas de camada mais visíveis.
- Walls / Top-Bottom Layers – Controla as paredes externas e as camadas sólidas de topo e base. O número de perímetros influencia a espessura da casca da peça, afetando tanto a resistência mecânica quanto a estética. As camadas de topo e base asseguram o fechamento adequado; poucas camadas podem gerar falhas visíveis, enquanto camadas extras aumentam a robustez.
- Infill – Ajusta o preenchimento interno, com densidade geralmente entre 10 % e 20 % para peças decorativas e acima de 50 % para componentes estruturais. O padrão de preenchimento (grid, gyroid, triângulos etc.) impacta diretamente a resistência mecânica e o tempo de impressão.
- Material – Reúne os parâmetros de temperatura. Para PLA, recomenda-se tipicamente temperatura de extrusão entre 190 °C e 210 °C e de mesa aquecida entre 50 °C e 60 °C, garantindo boa adesão entre camadas e evitando problemas como warping ou entupimentos.
- Speed – Define a velocidade de impressão. Velocidades maiores diminuem o tempo total, mas podem comprometer a qualidade e a precisão dimensional. Velocidades menores melhoram a definição e a adesão entre camadas, embora prolonguem o processo.
- Travel – Controla os movimentos de deslocamento sem extrusão. O recurso retraction puxa o filamento para dentro do bico durante esses movimentos, evitando a formação de fios indesejados.
- Cooling – Ajusta o resfriamento do material extrudado. Para o PLA, ventilação adequada melhora a qualidade dos detalhes e reduz deformações. Para materiais como ABS, recomenda-se resfriamento reduzido para evitar fissuras.
- Support – Gera estruturas de suporte para regiões do modelo que ficariam suspensas. É possível configurar o ângulo mínimo de geração de suportes e o padrão de preenchimento, equilibrando economia de material e facilidade de remoção.
- Build Plate Adhesion – Define o método de adesão da primeira camada, como skirt (borda para purga inicial), brim (aba fina em torno da peça para maior contato) e raft (base completa sob a peça, indicada para materiais com maior tendência a deformação).
Antes de fatiar, recomenda-se verificar a orientação do modelo, minimizando a necessidade de suportes e garantindo que esteja nivelado. Ao clicar em “Slice”, o Cura processa o modelo, gera uma pré-visualização das camadas e exibe a trajetória do bico. Essa visualização permite identificar problemas como excesso de suporte ou lacunas. Após conferência, salva-se o arquivo G-code para uso na impressora.
Embora o exemplo utilize o Ultimaker Cura, os princípios de qualidade de impressão, preenchimento, velocidade, suportes e adesão da base são comuns à maioria dos fatiadores. O domínio desses parâmetros é essencial para obter peças com bom acabamento, resistência adequada e para maximizar os benefícios da manufatura aditiva, evitando desperdícios de material e tempo.
Revisão da Aula 6 – PREPARANDO A IMPRESSÃO
Olá, bem-vindo novamente. Este é provavelmente o vídeo mais aguardado: vamos, de fato, colocar uma peça para imprimir.
Até aqui, já aprendemos como funcionam as impressoras, como fatiar o modelo e salvar o arquivo em G-code. Agora, vamos à parte prática.
Preparação da mesa
O primeiro passo é conferir as informações na etiqueta de cada impressora, que indica as configurações recomendadas.
Em seguida, faça a limpeza da mesa para garantir a aderência da primeira camada:
- Puxe a mesa para frente, facilitando o acesso.
- Use álcool 70% ou isopropílico aplicado em papel toalha ou pano limpo.
- Passe em toda a superfície e aguarde alguns segundos para que evapore completamente.
Nivelamento
Na Ender 3 Max Neo, temos a vantagem do auto-nivelamento.
- No menu principal, selecione “Nivelamento” e o processo iniciará automaticamente.
- Um sensor em formato de haste fará a leitura do ponto zero (centro da mesa) e, em seguida, mais de 25 pontos distribuídos pela superfície.
- O procedimento leva menos de 2 minutos e é obrigatório antes de toda impressão.
Na Ender 5 Pro, o nivelamento é manual e será detalhado no módulo avançado para monitores, já que a responsabilidade é deles.
Inserção do filamento
Antes de inserir, aqueça a impressora pelo menu “Preparar → Preaquecer PLA”.
- Corte a ponta do filamento em diagonal (45° a 60°).
- Passe-o pelo sensor de quebra; se houver resistência, verifique se o corte está correto e se o filamento está alinhado.
- Em seguida, insira na extrusora, puxando o gatilho e empurrando até que o material comece a sair pelo bico já aquecido.
Iniciando a impressão
Na aba “Imprimir”, estão todos os arquivos salvos no cartão de memória.
- Mantenha o padrão de nomenclatura para facilitar a identificação.
- Selecione o arquivo desejado e confirme a operação. A impressão começará em seguida.
Finalização
Ao término, a mesa se moverá automaticamente para a frente e iniciará o resfriamento.
- Aguarde até que a mesa atinja temperatura ambiente antes de remover a peça.
- Para retirar o filamento, aqueça novamente o bico até a temperatura de trabalho do material (ex.: 200 °C para PLA).
- Puxe o gatilho da extrusora e remova o filamento, enrolando-o de volta no rolo para armazenamento adequado.
Todo o procedimento foi demonstrado em uma Ender 3 Max Neo, mas o fluxo na Ender 5 Pro é essencialmente o mesmo.
Com isso, você já consegue realizar sua primeira impressão prática.
No próximo vídeo, veremos como lidar com os problemas mais comuns que podem surgir durante o processo.
Revisão da Aula 7 – PRINCIPAIS PROBLEMAS E DICAS BÁSICAS
Neste vídeo, abordaremos os problemas mais recorrentes em impressão 3D e apresentaremos soluções simples, especialmente úteis para iniciantes. Reconhecer esses sinais é essencial para evitar desperdícios e elevar a qualidade das suas peças.
Falta de aderência da primeira camada
A falha mais comum é quando a primeira camada não adere à mesa de impressão. Isso pode ocorrer por vários fatores:
- Mesa suja (restos de óleo, poeira ou resquícios de impressões anteriores)
- Altura do bico excessiva em relação à mesa
- Velocidade de impressão inicial muito alta
- Outras condições desfavoráveis (temperatura ambiente, correntes de ar etc.)
Soluções recomendadas:
- Limpar a superfície da mesa com álcool isopropílico ou outro agente adequado.
- Verificar ou recalibrar o nivelamento da mesa.
- Utilizar o “trim” ou ajuste fino disponível no slicer para aproximar ligeiramente o bico (se o software permitir)
- Em algumas comunidades, recomenda-se aplicar uma fina camada de cola bastão ou adesivo específico (por exemplo, cola PVA diluída) sobre a superfície para melhorar a adesão, embora essa prática deva ser adotada com cautela conforme o material e condições.
Warping (empinamento das bordas)
Outro problema frequente nas camadas iniciais é o empenamento (warping), no qual as bordas da peça começam a se levantar da mesa. As principais causas incluem resfriamento desigual e aderência inadequada da base.
Soluções:
- Usar adesivos como cola bastão ou adesivo em bastão (ex: glue stick) sobre a mesa de impressão
- Garantir temperatura constante e adequada da mesa aquecida
- Utilizar brim ou raft no slicer para aumentar a área de contato inicial
- Em casos específicos e materiais apropriados, algumas pessoas utilizam gel ou sprays adesivos para auxiliar a fixação
Stringing (fiapos entre os trajetos de impressão)
Esse defeito é bastante comum com filamentos como PETG. O stringing acontece quando finos fios de material ficam presos entre áreas distantes da peça.
As causas primárias são:
- Retração mal configurada no slicer
- Temperatura de extrusão excessivamente alta, que torna o material muito fluido
Soluções:
- Ajustar a configuração de retração (distância e velocidade) no slicer
- Diminuir a temperatura de extrusão dentro dos limites recomendados
- Ativar recursos como travel optimization (minimizar trajetos livres) ou combing no slicer
Under-Extrusion e Over-Extrusion
Esses defeitos ocorrem quando a extrusão é feita com quantidade inadequada de material:
- Under-Extrusion: extrusão insuficiente — resultando em falhas, camadas com buracos ou preenchimento incompleto
- Over-Extrusion: excesso de material — peças “inchadas”, bordas arredondadas ou surgimento de bolhas
Causas comuns:
- Bico parcialmente entupido
- Configurações de fluxo (flow rate) ou multiplicador de extrusão erradas no slicer
- Filamento com umidade ou de qualidade inferior
Soluções recomendadas:
- Limpar o bico regularmente
- Ajustar o coeficiente de fluxo / extrusão no slicer
- Garantir que o filamento esteja bem seco e armazenado adequadamente
Quando pausar ou cancelar uma impressão?
- Cancelar: se a peça se descolar da mesa, grudar no bico, ou houver acumulação de material fora do lugar — continuar nessas condições geralmente causa desperdício maior.
- Pausar: útil para situações controladas, como troca de filamento, verificação de ruídos ou paradas programadas (quando a impressora permite).
Dica essencial
Acompanhe sempre os primeiros minutos da impressão — especialmente enquanto a primeira camada está sendo depositada. Se essa camada sair bem aderida, lisa e corretamente preenchida, as chances de sucesso da peça aumentam significativamente.
Esses foram os principais problemas que um iniciante pode enfrentar na impressão 3D, com orientações práticas para corrigi-los. Em módulos avançados, abordaremos diagnósticos mais elaborados e técnicas refinadas. Por enquanto, o mais importante é observar, experimentar e aprender com cada tentativa.
Por gentileza, após assistir a série completa dos vídeos, não se esqueça de preencher o formulário para avaliação do curso.
Revisão da Aula 8 – TESTES FINAIS E ENCERRAMENTO
Neste vídeo, além do encerramento do módulo, teremos também uma atividade prática final. Não se trata de uma avaliação formal do que você aprendeu, mas de um exercício para consolidar os conceitos apresentados. O verdadeiro objetivo é despertar seu interesse em compreender melhor o funcionamento das impressoras 3D, os parâmetros de configuração e os demais aspectos que envolvem esse universo.
Para estar habilitado a utilizar as impressoras do PROTO, você deverá realizar duas impressões, uma em cada modelo de máquina disponível. A escolha de qual arquivo imprimir em cada impressora fica a seu critério.
Primeira impressão – Chaveiro do PROTO
O primeiro arquivo é um chaveiro do PROTO, como mostrado no vídeo.
Nesta impressão, você deve aplicar todos os conceitos abordados:
- configuração dos parâmetros no fatiador,
- cuidados com a adesão da primeira camada,
- inserção e remoção correta do filamento,
- atenção aos problemas comuns que podem surgir.
Para incluir um pequeno desafio, será necessário redimensionar o chaveiro no fatiador, de modo que fique com 51 mm de comprimento, 16,5 mm de largura e 4,5 mm de espessura.
Ao final, o chaveiro será seu, como lembrança da sua participação neste treinamento.
Segunda impressão – Dog Tag (plaqueta de identificação)
A segunda atividade tem um caráter mais simbólico. Você deverá imprimir duas dog tags (plaquetas de identificação).
Historicamente, as dog tags foram usadas desde o Egito Antigo em contextos militares para identificar o indivíduo e indicar sua vinculação a um grupo.
Aqui no PROTO, a proposta é semelhante: marcar sua identidade como parte deste laboratório.
As instruções são as seguintes:
- Você receberá um arquivo em branco, apenas com o contorno da peça.
- Personalize o modelo com seu nome, sobrenome, RA, curso e ano de impressão.
- Essa personalização pode ser feita em softwares como SolidWorks ou ferramentas mais simples, como o Tinkercad.
- Em seguida, configure no fatiador para imprimir duas peças simultaneamente: uma será sua, e a outra ficará no PROTO, como registro da sua participação.
Considerações finais
O intuito dessas impressões não é avaliar tecnicamente se você domina todos os procedimentos, mas sim incentivar sua curiosidade e convidá-lo a usar o PROTO como espaço para desenvolver seus próprios protótipos.
Agradeço pela atenção ao longo deste módulo de treinamento em impressão 3D. Reforço que o PROTO dispõe de muitas outras tecnologias que também passarão por processos de capacitação semelhantes.
Por fim, lembre-se: o PROTO é um espaço aberto a todos os alunos e alunas da UTFPR. Contribua para que este laboratório continue crescendo e se fortalecendo.
Muito obrigado pela sua participação e até a próxima!
Por gentileza, após assistir a série completa dos vídeos, não se esqueça de preencher o formulário para avaliação do curso.