Publicado em: 15 de abril de 2024
Elisangela Lobo Schirigatti
Maurício Silva Gino
O período de 1936 e 1966 é marcado pela atuação do mineiro Humberto Mauro na produção de documentários curtas-metragens educativos realizados no Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE), no Rio de Janeiro. Com o apoio do Ministro da Educação e Saúde, na gestão do governo de Getúlio Vargas, o objetivo principal do INCE era utilizar o cinema como instrumento para auxiliar no ensino e na educação popular. No total, foram produzidos aproximadamente 400 filmes, dos quais, o cineasta Humberto Mauro participou da produção de 350. Alguns filmes possuiam natureza educativa e outros eram destinados a documentação científica, técnica e artística, incluindo temas como prevenção e tratamento de doenças, costumes, plantas e animais.
Em geral, as técnicas de animação eram aplicadas em esquemas visuais para facilitar a compreensão da anatomia e fisiologia da flora e fauna brasileira, como por exemplo O puraquê (1938), Vitória Régia (1937), Orquídeas (1937), Araras (1940), e João de Barro (1956). Os materiais eram utilizados como conteúdo de apoio às disciplinas, constituindo uma forma de divulgação das pesquisas científicas realizadas nacionalmente e possibilitando a difusão da informação a lugares mais remotos do país.
Dois filmes produzidos no INCE merecem destaque, O Dragãozinho Manso (1942) e A Velha a Fiar (1964) (SAMPAIO, 2013). O Dragãozinho Manso é uma animação de bonecos, com duração de 18 minutos, que conta a história de um dragão domesticado por São Jorge e que salva uma criança, ganhando o dom da invisibilidade. Já A Velha a Fiar utilizou a música popular homônima cantada pelo Trio Irakitan, sendo considerado por muito tempo, um dos primeiros videoclipes do Brasil. O live action possui duração de 6 min, (PB, 35mm) traz algumas cenas animadas em stop motion, dando a sensação de movimento de objetos e bichos. Ambos os filmes podem ser apreciados no acervo online do Banco de conteúdos culturais da Cinemateca Brasileira.
Figura 2. Frames do filme “A velha a fiar” com animação de objetos inanimados (1964).
CINEMATECA. Banco de conteúdos culturais: A velha a fiar. Disponível em: <http://bcc.gov.br/filmes/443450>. Acesso em: 02 de abr. de 2024.
CATELLI, Rosana Elisa. Cinema e educação: a emergência do moderno (anos 1920 a 1930). São Paulo: Edições SESC São Paulo, 2022. Disponível em: <https://issuu.com/edicoessescsp/docs/trecho-livro-cinema-educacao>. Acesso em: 03 de abr. de 2024.
FIOCRUZ. Instituto Nacional do Cinema Educativo. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/brasiliana/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=418&sid=3>. Acesso em: 03 de abr. de 2024.
GALVÃO, Elisandra. A ciência vai ao cinema: uma análise de filmes educativos e de divulgação científica do Instituto Nacional do Cinema Educativo (INCE). 2004. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.
MASSARANI, Luisa. A divulgação científica no Rio de Janeiro: Algumas reflexões sobre a década de 20. 1998. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Instituto Brasileiro de Informação em C&T e Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1998.
SAMPAIO, João Carlos. Animação que brota distante dos grandes centros. FilmeCultura, n. 60, 2013. Disponível em: <http://revista.cultura.gov.br/item/filme-cultura-n-60/>. Acesso em: 10 de abr. de 2024.
SERRANO, Jonathas; VENÂNCIO FILHO, Francisco. Cinema e Educação. São Paulo: Comp. Melhoramentos de São Paulo, 1930.
VÍDEOS CONSULTADOS:
➤ O Dragãozinho Manso
https://www.youtube.com/watch?v=sQMmf8pTUa0
➤ A VELHA A FIAR:
http://bcc.gov.br/filmes/443450
➤ O PURAQUÊ
http://bcc.gov.br/filmes/443277
➤ O PURAQUÊ
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➤ A VELHA A FIAR
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➤ O DRAGÃOZINHO MANSO : JONJOCA
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➤ O OXIGÊNIO
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➤ O PAPEL
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➤ O PAPEL
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